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"OBSERVADOR"
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Morreu um lince-ibérico atropelado
na A23, em Vila Nova da Barquinha
O lince-ibérico atropelado tinha apenas quatro anos. Nasceu na zona
de Sevilha, em Espanha, viajou para Vila Nova de Milfontes, no
Alentejo, e acabou por morrer em Vila Nova da Barquinha, no Ribatejo.
Morreu Hongo, um lince-ibérico selvagem de quatro anos. Nascido em Aznalcázar (Espanha), o macho de lince-ibérico acabou por morrer atropelado, esta quinta-feira, na A23, próximo de Vila Nova da Barquinha (Ribatejo), conforme o comunicado de imprensa do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Os
linces-ibéricos deixaram de ser encontrados em Portugal durante muito
anos devido à escassez de alimento – os coelhos constituem a quase
totalidade da dieta – e à falta de habitats favoráveis. Com a
reintrodução da espécie, o envenenamento, como o que vitimou Kayakweru,
pode ser uma das causas de morte, mas o maior problema continuam a ser
os atropelamentos, refere o ICNF. O instituto diz estar, em parceria
com a Infraestruturas de Portugal, a fazer um “levantamento dos ‘pontos
negros’ dos eixos rodoviários, tendo por base as ocorrências com
espécies, domésticas e não domésticas”.
O Hongo foi um espécime importante para a conservação do lince-ibérico pois comprovou a enorme capacidade da espécie para transpor barreiras e usar habitat menos favorável, bem como a conectividade entre os territórios de lince de Portugal e Espanha”, referiu o comunicado do ICNF.
Hongo nasceu em 2011 e
foi localizado pela última vez no Parque Nacional de Doñana (Espanha)
a 16 de outubro de 2012. Embora tivesse marcado com um colar
transmissor, as falhas no equipamento dificultaram a monitorização do
animal. A 8 de maio de 2013 foi localizado numa zona de caça
associativa em Vila Nova de Milfontes
e desde então tem sido seguido, naquela área, pelos técnicos do ICNF e
da Direção da Zona de Caça Associativa naquele município, através de
armadilhagem fotográfica e procura de vestígios de presença.
Aparentemente o animal afastava-se com frequência do território e por
longos períodos.
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Os animais solitários podem ter um comportamento
dispersante para procurarem alimento, um território favorável onde se
estabelecerem ou uma fêmea. Por exemplo, Kahn e do Kentaro,
os dois machos de lince-ibérico reintroduzidos em Castilla La Mancha,
encontram-se atualmente em Monchique e Bragança,
respetivamente, confirmou o ICNF com base nos emissores de satélite.
O
ICNF diz que agora é preciso apostar na “fixação de fêmeas reprodutoras
em território nacional e a libertação de mais exemplares”, assim como
trabalhar para evitar as mortes e aumentar a aceitação dos animais por
parte das populações humanas.
* Uma pena.
.
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