HOJE NO
"i"
Refugiados.
Polícia checa imita Hungria
e marca migrantes nos braços
Primeiro-ministro da República Checa convoca
reunião com homólogos da Áustria e da Eslováquia para discutir gestão da
crise humanitária.
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Centenas de refugiados impedidos de embarcar em
Keleti com destino à Alemanha continuavam ontem em protesto nessa
estação ferroviária de Budapeste, a capital da Hungria, com relatos
semelhantes a surgirem na República Checa. Segundo o “Independent”, a
polícia checa começou a retirar refugiados dos comboios que partiram de
Budapeste e paravam nas estações da região da Moravia, marcando cada
pessoa com um número escrito a caneta permanente nos seus braços.
Em cenas que evocam um passado não muito longínquo, em que os nazis
distinguiam judeus e outros alvos com marcas e tatuagens várias,
começaram a circular nos media checos fotografias a mostrar agentes da
polícia a tatuar os braços e os pulsos dos refugiados – famílias
inteiras, na sua maioria oriundas da Síria, devastada por uma guerra de
quase cinco anos, e também do Afeganistão, do Iraque e da Eritreia.
“O que nunca deixa de me surpreender”, escreveu o repórter do jornal
britânico Andre Stroehlein, “é que as pessoas olham para o Holocausto e
julgam que este apenas guarda lições para os alemães e para os judeus”.
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Michael Hasek, governador da Moravia do Sul, de onde as cenas foram
descritas, disse ao jornal “Zpravy” que as autoridades da região “estão
a preparar-se para o que pode acontecer à medida que a onda de
migrantes aumentar”. O primeiro-ministro checo, Bohuslav Sobotka, já
pediu uma reunião de emergência com os governos da Áustria, da
Eslováquia e de outros países do Leste e Centro da Europa para discutir
medidas. Esse encontro, segundo o porta-voz do líder checo, acontece na
próxima segunda-feira.
Ameaças
Depois de uma terça-feira caótica em Keleti,
a estação foi reaberta ontem, após centenas de refugiados terem
bloqueado a circulação ao tentarem forçar a entrada nos comboios com
destino a cidades alemãs e austríacas, mantendo as palavras de ordem
“Alemanha, Alemanha” e “Nós também somos humanos”. Durante a madrugada,
voluntários distribuíram comida e roupas aos migrantes. E junto à
fronteira com a Sérvia, onde o governo húngaro acabou de concluir a
construção de um muro de 175 quilómetros e 4 metros de altura, 100
refugiados bloquearam a circulação de um comboio que os transportava
para o centro de asilo de Debrecen, avançou a Reuters.
No Eurotunel, a passagem subterrânea que atravessa o canal da Mancha
ligando Calais, em França, ao Reino Unido, centenas de outros refugiados
também se manifestaram, levando à interrupção da circulação durante
toda a noite. E na Grécia, um dos países onde chega uma grande parte
destas pessoas fugidas de guerras no Médio Oriente e África, as
autoridades avançaram que, em apenas uma noite, mais de 4200 migrantes
deram entrada em Atenas após darem à costa nas ilhas gregas.
Perante o adensar da crise humanitária, a pior que a Europa enfrenta
desde a II Guerra, a Áustria ameaçou ontem bloquear as negociações com o
governo britânico, que tem levado a cabo uma campanha para angariar
apoios dos estados-membros para ver implementadas reformas na UE sob
pena de levar a referendo a permanência do Reino Unido no bloco. O
chanceler austríaco, Werner Faymann, advertiu que irá bloquear o
“catálogo de exigências” do governo de David Cameron se este não alterar
a sua postura e começar a acolher alguns refugiados.”Porque deveríamos
fazer algo por eles [britânicos]?”, questionou. “A solidariedade não é
uma via de sentido único.”
* A "HIPOCRISIA EUROPEIA" é suja.
Não era a Gestapo que marcava os braços dos judeus?
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