03/09/2015

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Senso d'hoje
     JERÓNIMO DE SOUSA
LÍDER DO PARTIDO COMUNISTA

  Responde a três perguntas sobre a crise migratória na Europa,formuladas pela equipa de redacção do "DIÁRIO ECONÓMICO":
1- Portugal devia fazer um maior esforço no acolhimento de migrantes nesta crise migratória?
2- A resposta a este êxodo deve ser europeia ou nacional? Quais as medidas que Portugal deve propor para a existência de uma resposta europeia?
3- A pressão migratória pode pôr em risco o espaço Schengen na Europa?

1-Estes movimentos migratórios são autênticas fugas à pobreza, à guerra e mesmo à morte. Esses seres humanos carregam histórias dramáticas de vida, lutam pela sua sobrevivência e têm direito à vida e à dignidade. Não podem ser olhados como uma ameaça, pelo contrário, são vitimas de problemas gravíssimos e de ameaças à sua existência. As "quotas" da UE são quase irrisórias. Assim, e respondendo à questão: sim, Portugal deve, e tem condições, para fazer um esforço maior no acolhimento de migrantes.

2-A questão não é tanto em que planos, mas antes com que princípios e objectivos. A resposta passa por uma política humanitária de apoio aos refugiados e de respeito pelos direitos dos migrantes, abandonando-se a política da «Europa fortaleza», combatendo-se a instrumentalização das migrações e a abordagem militarista destas que encobre intenções de novas aventuras militares na bacia do Mediterrâneo. E passa sobretudo pelo combate às causas das migrações em massa, nomeadamente com o fim das políticas neocoloniais no continente africano e outros, das guerras de agressão, do saque dos recursos naturais e dos processos de ingerência externa.
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3-A resposta da União Europeia e as decisões do Conselho Europeu a esta questão pautam-se por uma total falta de solidariedade, por elementos xenófobos e por declarações, métodos e políticas que abrem campo ao racismo, à xenofobia e às forças fascizantes. A própria concepção do Espaço Schengen continha já elementos desses. Essas é que são as verdadeiras ameaças aos povos da Europa e aos seus direitos e liberdades.

Respostas dadas pelo gabinete de imprensa do partido.


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