HOJE NO
"OBSERVADOR"
"OBSERVADOR"
Escândalo na Volkswagen contamina
os mercados de crédito europeus
A fraude da Volkswagen (VW) continua a penalizar as ações da empresa
na bolsa mas está, a alastrar-se aos mercados de crédito um pouco por
toda a Europa, noticia a agência Bloomberg.
ALDRABÕES |
Na
sexta-feira, o banco central francês deixou de negociar dois
instrumentos financeiros que têm subjacentes créditos concedidos à
compra de veículos da marca alemã. Os dois títulos relacionados com a VW
não constam da lista mais recente de ativos negociáveis do banco
central francês distribuída na sexta-feira aos investidores, depois de
terem sido incluídos na versão enviada no início da semana, segundo
fontes que pediram para não serem identificadas por não
terem autorização para discutir o assunto publicamente.
O banco central francês está a comprar pacotes (securitizações)
de dívida privada, no âmbito de um programa do Banco Central Europeu
(BCE) concebido para ajudar a impulsionar a concessão de crédito
empresarial na zona euro. A Volkswagen Financial Services tem 22,8 mil
milhões de euros em securitizações de dívida, de acordo com informação
disponibilizada publicamente no seu site na Internet. Marc
Siedler, porta-voz para a unidade financeira da Volkswagen, foi
contactado pela Bloomberg mas não adiantou comentários.
Mas não
são só as ações e as securitizações de pacotes de crédito da Volkswagen
que estão a ser contaminados pela fraude. E os danos já estão a chegar a
outras empresas. Os executivos da empresa Schaeffler AG, fornecedor de
peças e componentes para automóveis e que tem como principal cliente a
Volkswagen, tem sido confrontada pelos investidores com dúvidas sobre o
seu maior cliente, numa altura em que tenta iniciar um processo de
dispersão de capital em bolsa, segundo fonte próxima.
A Schaeffler
AG anunciou um plano de Oferta Pública Inicial na segunda-feira. E as
preocupações sobre o impacto do caso Volkswagen, bem como a volatilidade
geral do mercado, poderá afetar a valorização que é feita pelos
investidores das novas ações da Schaeffler que a empresa quer colocar na
bolsa.
Desde que reconheceu a fraude nos EUA com os testes de
poluição do ar – uma prática que terá ocorrido desde 2009 – a empresa
tornou-se alvo de uma investigação conjunta em 27 estados
norte-americanos e, em Frankfurt, o preço das ações caiu 28%.
Matthias
Mueller, ex-CEO da Porsche foi nomeado o novo CEO da Volkswagen, na
sexta-feira e disse que a sua tarefa mais urgente é restaurar a
confiança na empresa.
“Sob a minha liderança, a Volkswagen vai
fazer tudo o que puder para desenvolver e implementar os padrões mais
rigorosos da indústria automóvel no cumprimento das regras e das boas
práticas de gestão empresarial”, disse Matthias Mueller numa declaração
que leu durante a conferência de imprensa de sexta-feira.
No
sábado, a japonesa Suzuki Motor Corp. declarou a venda de todas as
ações que detinha na Volkswagen à Porsche Automobil Holding SE, na
sequência do fim de uma disputa de quatro anos sobre uma parceria
falhada com a VW. Com a saída de Mueller da Porsche para a Volkswagen, a
empresa fabricante do 911 nomeou Oliver Blume, que estava ligado à
produção, como seu sucessor, diz a Bloomberg.
* Esta fraude da empresa alemã, um dos maiores fabricantes mundiais de automóveis vai ter reprecursões inimagináveis, a maior parte das grande economias vai ressentir-se e os mais pobres sofrem.
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