HOJE NO
"OBSERVADOR"
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Putin “mandou matar”
Alexander Litvinenko em 2006
Primeiro dia de novembro, em 2006. Era uma manhã de outono, como
qualquer outra. Em Londres, Alexander Litvinenko combinou encontrar-se
com dois homens no Hotel Millenium, bem no coração da cidade. Ninguém
faltou ao combinado. Os três beberam entraram no Pine Bar, dentro do
edifício, sentaram-se à mesa e pediram um chá para ser bebido à boleia
da conversa.
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Horas depois, Alexander sentiu-se mal e, passados dois
dias, os muitos vómitos e dores internaram-no num hospital. Vintes dias
mais tarde, Litvinenko, de 43 anos, morria. A culpa, revelou a autópsia,
foi do polónio-210, um químico metálico e radioativo — e também terá sido de Vladimir Putin.
O
Presidente russo terá “ordenado pessoalmente” a morte de Alexander
Litvinenko, um antigo espião russo que passou os últimos anos de vida em
Londres, onde denunciou suspeitas de corrupção no Kremlin e criticou a
atuação de Putin, que então cumpria o segundo mandato presidencial
(2004-2008). Esta foi uma das alegações finais de Ben Emmerson, advogado
da família de Litvinenko, ouvido esta sexta-feira no último dia do
inquérito público, conduzido pela justiça britânica, ao caso. As
audições começaram em janeiro.
O advogado descreveu Vladimir Putin como “um déspota cada vez mais isolado” e “um autoritário moralmente perturbado”. Emmerson, citado
pela BBC, sublinhou que não existe “a menor dúvida” de que o presidente
russo foi o responsável pelo envenenamento de Litvinenko. “Está
diretamente implicado no crime organizado [e] a sua equipa pessoal está
disposta a assassinar quem se colocar no seu caminho”, defendeu, ainda, o
representante de Marina e Anatoly Litvinenko, mulher e filho do
falecido espião — que trabalhou para a KGB, antiga agência de serviços
secretos russos, e a FSB, entidade que lhe sucedeu após a dissolução da
União Soviética, antes de colaborar com o MI6 inglês.
Marina
Litvinenko, quando discurso à porta do tribunal londrino onde se ouviram
as alegações finais, disse que “a verdade foi finalmente” descoberta.
“Qualquer pessoa razoável que olhe para as provas apresentadas no
inquérito conseguirá ver que o meu marido foi morto por agentes russos,
no primeiro ato de terrorismo nuclear de sempre nas ruas de Londres”,
acrescentou. O Kremlin, em comunicado, reagiu às alegações,
criticando-as por “não serem o resultado de qualquer investigação”.
Vladimir Putin ainda não se pronunciou sobre esta matéria.
Quanto
aos dois homens que, a 1 de novembro de 2006, se encontraram com
Alexander Litvinenko no hotel londrinos, nenhum foi ouvido no inquérito.
O governo russo sempre recusou extraditar Andrei Lugovoi e Dmitry
Kovtun, também ex-agentes dos serviços secretos do país. O The Guardian escreve
que, no inquérito, foram apresentadas provas que ligavam ambos a “um
rasto de polónio”, substância que envenenou Litvinenko, durante três
visitas que fizeram a Londres.
* Putin mandaria mesmo matar a senhora que o pariu, não dizemos mãe porque de um bandido destes ninguém deve querer ser mãe.
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