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"OBSERVADOR"
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Em 2014, o BPN custou
mais 485 milhões ao Estado
A fatura real do Estado português com o Banco Português de Negócios
(BPN) atingiu, em 2014, 2.691,2 milhões de euros. Os dados foram
revelados esta segunda-feira pelo Tribunal de Contas, no âmbito do
relatório de acompanhamento de execução orçamental da administração
central. Só no último ano, e de acordo com valores que são ainda
provisórios, o BPN custou mais 485 milhões ao Estado.
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Nesse ano, e
de acordo com o TdC, o Estado conseguiu encaixar 222,2 milhões de
euros, muito à custa da venda de ativos (127,5 milhões). Desde logo, com
a venda do BPN Crédito à Firmus Investimentos por 36 milhões de euros.
Na calha, está também a alienação do Banco Efisa e a venda do BPN Brasil
ao BIC Angola – anunciada em 2013, este último negócio continua
encravado por falta de autorização do Banco Central Brasileiro.
Mas as receitas com a venda de ativos financeiros e da venda de
bens de investimento, por exemplo, tem sido pouco ou nada quando
comparada com o valor da despesa: em 2014, as sociedades veículo criadas
para gerir o que ainda é público do BPN registou uma despesa de 485
milhões de euros, em parte alimentada pelo passivo (450,6 milhões) e
pelos juros (147,2 milhões de euros).
Mais: a despesa do Estado
com o BPN vai continuar a subir. O motivo? O TdC dá conta que os
capitais próprios da Parparticipadas, da Parvalorem e da Parups – as
três sociedades veículos – estavam negativos e vão ser, “eventualmente”,
encargos a “suportar pelo Estado no futuro”. No ano passado, a
Paravalorem tinha capitais próprios negativos de 3386 milhões, a
Parparticipadas chegava aos 144 milhões e a Parups fechava o pódio com
uma fatura de 795 milhões de euros.
O jornal Público lembra
que, no documento final da comissão parlamentar criada para o processo
de nacionalização do BPN, dizia-se que, “no limite”, as perdas do Estado
com o banco ficar-se-iam pelos “6509 milhões de euros, mais juros e
contingências”. Isto, sem ser contabilizado qualquer encaixe. Até ao
momento, a fatura do Estado com o BPN ascende aos 2.691,2 milhões.
* O Estado é virtual nunca paga nada, quem paga aos vigaristas do BPN é o contribuinte português.
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