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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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A homenagem de Portugal:
Eusébio chega hoje ao Panteão
Presidente da federação moçambicana pede estátua ou rua em Maputo
O
presidente da Federação Moçambicana de Futebol defendeu hoje, em
declarações à Lusa, que Eusébio deveria ter uma estátua ou o nome de uma
rua em Maputo.
No dia em que o corpo de Eusébio é trasladado para
o Panteão Nacional, em Lisboa, Feisal Sidat considera "justo e
oportuno" dar-lhe "um lugar digno" e lamenta que o Governo moçambicano
não tenha ainda prestado a devida homenagem à antiga estrela do futebol
mundial que nasceu na então Lourenço Marques.
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Eusébio era uma
"figura muito querida no país", à semelhança do antigo capitão do
Benfica Mário Coluna, que morreu no ano passado em Maputo, e ambos "vão
ficar para sempre no coração dos moçambicanos". Feisal Sidat destaca
também a figura do 'pantera negra' no bairro da Mafalala, na capital
moçambicana, onde cresceu e começou a jogar futebol e "onde mesmo os
mais jovens recordam a sua memória".
"Representou Portugal no desporto e no futebol como ninguém"
A
Federação Portuguesa de Futebol (FPF) aproveitou o dia da trasladação
de Eusébio para o Panteão Nacional, para evocar "a memória do "King"
através dos testemunhos de quatro personalidades que também fazem parte
da historia do futebol português".
O presidente da FPF,
Fernado Gomes, considera que esta é "uma justa homengem", Humberto
Coelho recorda a forma como Eusébio "representou Portugal no desporto e
no futebol como ninguém", Fernando Santos lembra o primeiro jogo do
futebolista pelo Benfica e João Pinto fala da importância do antigo
jogador para a seleção.
Família convidou Dulce Pontes para homenagear Eusébio
"Um
momento muito especial" e também complicado de gerir, é assim que Dulce
Pontes vê a sua participação nas cerimónias de trasladação dos restos
mortais de Eusébio do Cemitério do Lumiar para o Panteão Nacional.
Sobretudo porque se cruzou algumas vezes com o Pantera Negra, uma delas
para promover o Europeu de 2004 e outra num concerto de Andrea Bocelli.
Vai cantar A Portuguesa depois de o caixão ser depositado no
monumento, quase quatro horas depois da saída do cemitério, num cortejo
que visita locais emblemáticos da capital e do futebolista.
"Ele
adorava Andrea Bocelli - foi lindo vê-los os dois", lembra Dulce Pontes.
"Há um sentimento de uma densidade muito grande ... o Eusébio irradiava
humildade, com aquele fundo de dignidade muito forte, não precisava de
abrir a boca. Depois, nós sabemos como foi o tempo dele, jogava mesmo
por amor à camisola, não havia aquelas quantias chorudas. Ao mesmo tempo
é um bocado estranho. É uma honra que é prestada e que é merecida, é
uma homenagem, mas é denso. E, sendo o Hino Nacional, ainda mais denso
se torna. Não sei como vai ser, mas vai ser com toda a alma." Palavras
sobre o dia de hoje, antes de a cantora ensaiar a sua participação nas
cerimónias.
Dulce Pontes foi convidada pela família de Eusébio e o
seu será o primeiro momento musical após a chegada dos restos mortais
do futebolista ao Panteão Nacional, pelas 19.00. O segundo pertence a
Rui Veloso, que vai estar acompanhado de um coro para interpretar duas
canções, uma das quais Irmã África.
O antigo internacional do
Benfica e companheiro de equipa de Eusébio no clube da Luz António
Simões faz o elogio fúnebre entre as músicas de Rui Veloso. Assunção
Esteves e Cavaco Silva também usam da palavra, a que se seguirá a
transmissão de um vídeo sobre o futebolista. Só depois é assinado o
"termo de sepultura" e ouvir-se-á novamente o Hino Nacional, ao som da
banda da Guarda Nacional Republicana.
As cerimónias de "concessão
de honras de Panteão Nacional a Eusébio da Silva Ferreira" têm início às
15.15, com a saída dos restos mortais do Cemitério do Lumiar,
prevendo-se que terminem às 20.10, depois da retirada do Presidente da
República, da presidente da Assembleia da República e do
primeiro-ministro.
Missa no Seminário da Luz, visita ao Estádio da
Luz, passagem ao Parque Eduardo VII e paragem junto à Federação
Portuguesa de Futebol e ao Parlamento são alguns dos momentos do cortejo
com os restos mortais de Eusébio, tantas vezes apelidado de rei.
A
trasladação vai provocar não só o encerramento ao público do Panteão
como o condicionamentos do trânsito em artérias das freguesias de
Carnide, Lumiar, São Domingos de Benfica, Campolide, Santo António,
Misericórdia, Santa Maria Maior, São Vicente e Estrela, em Lisboa. A
circulação nos arruamentos de acesso ao Panteão Nacional estará também
encerrada.
Eusébio da Silva Ferreira é a terceira figura nacional a
morrer depois do 25 de Abril que fica no Panteão Nacional, depois da
escritora Sophia de Mello Breyner e da fadista Amália Rodrigues. O
monumento foi mandado construir por decreto a 26 de setembro de 1836,
para homenagear e acolher "os túmulos de grandes vultos da história
portuguesa".
* EUSÉBIO fica no Panteão Nacional não por ter sido futebolista, mas pela dignidade com que exerceu a profissão.
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