19/06/2015

PEDRO NUNES

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O que é teu é nosso

Temos vindo a assistir a um completo desnorte e preocupante caminho para a obscenidade.

Ainda no domingo pudemos passar os olhos, neste matutino, pelas inúmeras infra-estruturas onde foram gastos milhões de euros e que as Sociedades de Desenvolvimento se mostraram incapazes de as gerir. Parece-me claro que de desenvolvimento estas sociedades têm muito pouco. Pelo menos para o comum contribuinte e cidadão de bem! Mas como os nomes não costumam ser dados ao acaso, acredito eu que, alguém se terá desenvolvido e bem…

São vários os exemplos: pavilhão do Arco da Calheta; Campo de Golfe na Ponta do Pargo que não existe (e provavelmente nunca existirá) mas custou já 7M€; Centro das Artes; Marina do Lugar de Baixo; Quinta Magnólia;… e outros mais a que vou poupar o leitor de tanto sofrimento!

E como por aqui se viveu tantos e bons anos e continua a viver à custa do governo chegamos agora a um cenário de falta de vergonha pura. Pelo que oiço, antigamente as pessoas trabalhavam para ter a sua casinha. Já hoje, o que está na moda é pedir a quem governa que olhe por nós. Ora se não são capazes de olhar por eles, ainda vão olhar por nós? Perdão. Se se ocupam tanto a olhar por eles, como vão ter tempo de olhar por nós?

E a onda chegou ao futebol! Que de tão pouco que já amealhou, ainda se sente no direito de exigir mais alguma coisa.

O Nacional, que (honra seja feita) dos três maiores clubes da região foi o que mais fez por si, lembrou-se agora de reivindicar as ruínas de uma quinta que é património da região como método para corrigir o erro cometido quando se atribuiu o Estádio dos Barreiros ao Marítimo. Como se a solução para corrigir erros fosse cometer outros de seguida! Já foi. No tempo das vacas obesas.

Quanto aos outros dois clubes, andam novamente desencontrados! O Marítimo (que para o bem ou para o mal é dono do Estádio) não quer lá o União a jogar como visitado e este insiste em se mudar para casa alheia sem se sentar com os proprietários, apenas colocando o preço que estão dispostos a pagar para tal acontecer. Um que não recebe correio registado e outro que assegura que a carta chegou ao destinatário! Como se resolve então esta falta de diálogo? Coloca-se o governo ao barulho… E numa primeira tentativa até parecia que ia dar resultado, mas eis que se fez luz e se decidiu não entrar mais nestes jogos fora das 4 linhas!

Restava apenas o acordo entre as duas partes interessadas! Que tão fácil seria caso não se tentasse resolver tudo com acções, processos e petições públicas… Algum dia o feitiço virar-se-ia contra o feiticeiro!

Como unionista fico triste por ver o meu clube em guerras por não ter campo onde jogar. Não tivemos já oportunidade para ter a nossa casa? Se não podia ser uma vivenda com 5 assoalhadas, piscina e campo de ténis, ao menos podia ser um T1 com licença de habitabilidade.

Quem fez bem nisto tudo foi a maioria do executivo! Perante tamanha falta de vergonha, meteram-se no avião e foram arejar. Curiosamente um dos poucos que ficaram em terra foi o responsável pelo Turismo (não é por acaso que é o único que já mostrou serviço). Tenha paciência meu caro amigo! Com tanto turista por aí, alguém tem que trabalhar…

Médico dentista

IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
16/06/15


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