HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Taxistas admitem que confrontos
com a Uber em Paris podem
repetir-se em Portugal
Carros emboscados, perseguidos e virados ao contrário, condutores
arrancados à força dos veículos, pneus esfaqueados e incendiados,
gritos, fogo e fumo. Estas foram algumas das situações mais dramáticas
que causaram o caos em Paris e nas principais estradas de acesso entre a
cidade e os aeroportos durante o dia de ontem.
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As perturbações foram geradas pelos taxistas parisienses que se
encontram em protesto contra o serviço da Uber. E deram resultado. Esta
manhã, o ministro francês da Administração Interna anunciou que o
serviço Uber é "ilegal" e ordenou o seu "encerramento".
"É o que vai acontecer aqui qualquer dia", disse ao Económico
Florêncio Almeida, presidente da Associação Nacional dos Transportadores
Rodoviários em Automóveis Ligeiros (Antral). O responsável admite mesmo
que "há mais de um mês que está a ser pressionado" para isso. "Mais até
na Região Norte do que no Sul do país, já tive reuniões nesse sentido e
agora com isto em França vai ser pior. A pressão vai ser maior",
sublinha.
Florêncio Almeida refere que a Associação "gostava que a solução [de
encerrar a empresa] viesse dos tribunais, mas quando a justiça não actua
não há nada melhor que a justiça popular (...) Vamos ver o que vai
fazer o tribunal, mas posso garantir que se não for para acabar com a
empresa a coisa vai aquecer, o que não é benéfico para ninguém", alerta.
O presidente da Antral critica o facto de a Uber continuar a operar
no país, mesmo depois de o Tribunal da Relação de Lisboa ter proibido o
serviço em Portugal: "Para se resolverem certos problemas na sociedade a
coisa mais rápida que existe é a justiça popular. Talvez depois as
pessoas responsáveis decidam resolver o problema", sustenta, "assim como
em França", acrescenta.
O responsável conclui dizendo que "estes senhores da Uber são
indivíduos fora da lei. A Europa não é a América. As leis são para
cumprir e eles não cumprem. E pior, em Portugal não há ninguém que os
faça cumprir a lei", aponta, avisando ainda que "isto pode mesmo
descambar".
A Uber permite que através do telemóvel qualquer pessoa possa pedir
transporte a um motorista privado. O pagamento é feito através da
aplicação e o passageiro pode acompanhar o trajecto do carro tanto ao ir
ter consigo como, depois, no destino para onde quer ir.
De acordo com a empresa, o serviço UberPop - que está a gerar
polémica em França - não está disponível em Portugal. No País, adianta,
só operam agentes parceiros licenciados: táxis A, táxis T, rent-a-car e
empresas de actividade turística.
* O presidente da Antral está a justificar a violência em França e quase a apelar que o mesmo aconteça em Portugal, tanto primarismo enoja, não percebemos porque não se cumpre uma sentença judicial.
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