26/06/2015

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HOJE NO
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Colecção Miró. 
Rui Moreira quis os quadros 
para criar um museu no Porto

Câmara cedeu Palacete Pinto Leite para o empresário Rui Costa Reis lançar um centro cultural.

O presidente da Câmara do Porto esteve “pessoalmente envolvido” nos esforços para manter a colecção Miró em Portugal. Em Março do ano passado, o empresário angolano Rui Costa Reis fez uma oferta de 44 milhões de euros para a aquisição das obras, mas a proposta foi rejeitada pelo governo, já depois de Rui Moreira ter definido o espaço para albergar aquele que seria o novo museu do pintor catalão.
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O interesse de Costa Reis na colecção fez notícia há pouco mais de um ano. O i sabe agora que foi o empresário quem entrou em contacto com a autarquia do Porto. Um elemento que acompanhou o processo refere que Rui Costa Reis, um angolano com fortes ligações ao Norte de Portugal (foi no Porto que a mãe nasceu e foi em Braga que se formou), queria saber se a câmara teria um espaço disponível para, depois de adquirida, a colecção de quadros de Joan Miró poder ser apresentada em permanência ao público.

A ideia, acrescenta ao i a mesma fonte, próxima de Rui Moreira, era inaugurar um museu Miró no Porto. “Seria para as obras ficarem dezenas de anos.”

O autarca do Porto assumiu a tarefa em mãos. Juntamente com o vereador Paulo Cunha e Silva, Moreira falou com o empresário sobre o objectivo de manter os quadros em Portugal e, depois disso, falou pessoalmente com os responsáveis do governo – manteve “contactos ao mais alto nível” e “empenhou-se fortemente nisso”, refere a mesma fonte. O próprio empresário teve contactos pessoais com o secretário de Estado, manifestando o seu interesse na colecção.

Há cerca de um ano, Moreira chegou a mandar retirar de hasta pública o Palacete Pinto Leite. O plano da autarquia e do empresário passava por tornar aquele espaço a nova casa da colecção, se tudo corresse como planeado. “Seria para criar um novo centro cultural, apoiar novos artistas, organizar concertos”, explica fonte ligada ao processo.

 Costa Reis – foi notícia na altura – ofereceu 44 milhões de euros pelas 85 obras do pintor catalão, que actualmente estão à guarda da Parvalorem e da Parups – sociedades anónimas de capitais públicos – juntamente com outro património do ex-BPN, desde que o banco foi nacionalizado. O leilão que a Christie’s chegou a ter agendado tinha uma base de licitação de 35 milhões de euros.
O empresário apresentou duas condições: a colecção teria de ser leiloada por inteiro (e não em parcelas, como o governo pretendia) e as obras teriam de ficar em Portugal no mínimo durante 50 anos. A Rui Moreira, assegura fonte próxima do autarca, o primeiro-ministro terá dito que essa venda directa não poderia concretizar-se, uma vez que o processo desencadeado pela leiloeira londrina estava numa fase que o contrato não permitiria interromper.

Ao empresário, as razões apresentadas eram as de que a venda em atacado não corresponderia às expectativas financeiras que o Estado pretendia obter com o leilão das obras.

Esta segunda-feira à noite, na reunião de Assembleia Municipal, a CDU questionou Rui Moreira sobre as razões que levaram a que o Palacete Pinto Leite tivesse voltado a ser posto à venda. Foi nessa altura que o presidente da câmara regressou a Março de 2014 para explicar o empenho que a autarquia dedicou ao processo.

leilões cancelados Em Março, um ano depois daquela investida gorada de Costa Reis, o Ministério Público anunciou ter aberto um inquérito crime ao processo de venda das 85 obras (84 quadros e uma escultura).

Coube ao Departamento Central de Investigação Penal (DIAP), depois de ter sido apresentada uma queixa particular, perceber até que ponto a primeira saída dos quadros para Londres cumpriu todas as regras. O DIAP está também a investigar como decorreu o processo de inventariação e classificação do vasto espólio, antes de ter sido disponibilizado à Christie’s.

* Horripilante a falta de cultura básica deste governo, quase analfabetos, o que conta são os aéreos para aplicar na "engenharia" financeira. 
Um museu Miró em Portugal seria um luxo para a cultura e o turismo, basta ir a Barcelona e contabilizar o número de visitantes do museu de lá. O presidente da Câmara do Porto só pode sentir raiva dos energúmenos que inviabilizaram o projecto.

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