HOJE NO
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Colecção Miró.
Rui Moreira quis os quadros
para criar um museu no Porto
Rui Moreira quis os quadros
para criar um museu no Porto
Câmara cedeu Palacete Pinto Leite para o empresário Rui Costa Reis lançar um centro cultural.
O presidente da Câmara do Porto esteve “pessoalmente
envolvido” nos esforços para manter a colecção Miró em Portugal. Em
Março do ano passado, o empresário angolano Rui Costa Reis fez uma
oferta de 44 milhões de euros para a aquisição das obras, mas a proposta
foi rejeitada pelo governo, já depois de Rui Moreira ter definido o
espaço para albergar aquele que seria o novo museu do pintor catalão.
.
O interesse de Costa Reis na colecção fez notícia há pouco mais de um
ano. O i sabe agora que foi o empresário quem entrou em contacto com a
autarquia do Porto. Um elemento que acompanhou o processo refere que
Rui Costa Reis, um angolano com fortes ligações ao Norte de Portugal
(foi no Porto que a mãe nasceu e foi em Braga que se formou), queria
saber se a câmara teria um espaço disponível para, depois de adquirida, a
colecção de quadros de Joan Miró poder ser apresentada em permanência
ao público.
A ideia, acrescenta ao i a mesma fonte, próxima de Rui Moreira, era
inaugurar um museu Miró no Porto. “Seria para as obras ficarem dezenas
de anos.”
O autarca do Porto assumiu a tarefa em mãos. Juntamente com o
vereador Paulo Cunha e Silva, Moreira falou com o empresário sobre o
objectivo de manter os quadros em Portugal e, depois disso, falou
pessoalmente com os responsáveis do governo – manteve “contactos ao mais
alto nível” e “empenhou-se fortemente nisso”, refere a mesma fonte. O
próprio empresário teve contactos pessoais com o secretário de Estado,
manifestando o seu interesse na colecção.
Há cerca de um ano, Moreira chegou a mandar retirar de hasta pública o
Palacete Pinto Leite. O plano da autarquia e do empresário passava por
tornar aquele espaço a nova casa da colecção, se tudo corresse como
planeado. “Seria para criar um novo centro cultural, apoiar novos
artistas, organizar concertos”, explica fonte ligada ao processo.
Costa Reis – foi notícia na altura – ofereceu 44 milhões de euros
pelas 85 obras do pintor catalão, que actualmente estão à guarda da
Parvalorem e da Parups – sociedades anónimas de capitais públicos –
juntamente com outro património do ex-BPN, desde que o banco foi
nacionalizado. O leilão que a Christie’s chegou a ter agendado tinha uma
base de licitação de 35 milhões de euros.
O empresário apresentou duas condições: a colecção teria de ser
leiloada por inteiro (e não em parcelas, como o governo pretendia) e as
obras teriam de ficar em Portugal no mínimo durante 50 anos. A Rui
Moreira, assegura fonte próxima do autarca, o primeiro-ministro terá
dito que essa venda directa não poderia concretizar-se, uma vez que o
processo desencadeado pela leiloeira londrina estava numa fase que o
contrato não permitiria interromper.
Ao empresário, as razões apresentadas eram as de que a venda em atacado
não corresponderia às expectativas financeiras que o Estado pretendia
obter com o leilão das obras.
Esta segunda-feira à noite, na reunião de Assembleia Municipal, a CDU
questionou Rui Moreira sobre as razões que levaram a que o Palacete
Pinto Leite tivesse voltado a ser posto à venda. Foi nessa altura que o
presidente da câmara regressou a Março de 2014 para explicar o empenho
que a autarquia dedicou ao processo.
leilões cancelados Em Março, um ano depois daquela investida gorada
de Costa Reis, o Ministério Público anunciou ter aberto um inquérito
crime ao processo de venda das 85 obras (84 quadros e uma escultura).
Coube ao Departamento Central de Investigação Penal (DIAP), depois de
ter sido apresentada uma queixa particular, perceber até que ponto a
primeira saída dos quadros para Londres cumpriu todas as regras. O DIAP
está também a investigar como decorreu o processo de inventariação e
classificação do vasto espólio, antes de ter sido disponibilizado à
Christie’s.
* Horripilante a falta de cultura básica deste governo, quase analfabetos, o que conta são os aéreos para aplicar na "engenharia" financeira.
Um museu Miró em Portugal seria um luxo para a cultura e o turismo, basta ir a Barcelona e contabilizar o número de visitantes do museu de lá. O presidente da Câmara do Porto só pode sentir raiva dos energúmenos que inviabilizaram o projecto.
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