20/06/2015

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HOJE NO
 "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

Prisão de Sócrates influencia 
legislativas e prejudica o PS

Portugueses confirmam que o ex-primeiro-ministro é mesmo o "elefante" na sala socialista. 88% dos inquiridos acreditam que o caso Sócrates será prejudicial na noite eleitoral. 

Os números são claros e confirmam um dos grandes receios de António Costa: a prisão preventiva de José Sócrates pode ser determinante para o desfecho das legislativas. Esta é a opinião dos portugueses inquiridos para o barómetro de junho do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP), feito para o DN, JN, RTP e Antena 1. 
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Ora, 54% das pessoas não têm dúvidas de que o processo judicial que motivou a detenção do ex-primeiro-ministro irá influenciar o resultado do PS nas próximas eleições, enquanto 42% julgam que o caso não terá efeito nas urnas. Apenas 4% afirmam que "não sabem" ou não respondem à questão. 

Dessa fatia (dos 1048 inquéritos válidos) que respondeu favoravelmente à hipótese de a detenção de Sócrates poder ter peso na votação no PS, apenas 12% defendem que o efeito será favorável ao partido rosa e 88% respondem em sentido contrário. De resto, a Operação Marquês continua a ser gerida com muitas cautelas no largo do Rato, sendo o discurso oficial alinhado com aquele que o secretário-geral, António Costa, estabeleceu na manhã de 22 de novembro do ano passado no sms enviado a todos os militantes. "Estamos todos por certo chocados com a notícia da detenção de José Sócrates. Os sentimentos de solidariedade e amizade não devem confundir a ação política do PS, que é essencial preservar, envolvendo o partido na apreciação de um processo que, como é próprio de um Estado de direito, só à justiça cabe conduzir com plena independência, que respeitamos. Ao PS cabe concentrar-se na sua ação de mobilizar Portugal na afirmação da alternativa ao governo e à sua política", escreveu o líder socialista. Nesse dia, em Lisboa, tinha início o congresso em que Costa foi confirmado secretário-geral e em que Sócrates foi o "elefante" na sala que todos se esforçaram por não vislumbrar. 

Desde então a situação não se alterou. Só Mário Soares defende a plenos pulmões a libertação do antigo chefe do governo e ataca violentamente o sistema de justiça.

Contudo, apesar do fantasma Sócrates, 54% dos inquiridos consideram que o PS será o partido mais votado nas legislativas de outubro. Já 32% acreditam que a vitória penderá para o lado da coligação PSD-CDS. Isto apesar de as intenções de voto ontem publicadas pelo DN indicarem que a maioria que suporta o governo já tem uma ligeira vantagem sobre os socialistas. O barómetro deste mês mostra que Passos e Portas recolhem 38% das preferências dos portugueses, mais um ponto percentual do que António Costa.

Seja como for, a grande maioria (65%) não vislumbra qualquer hipótese de haver maioria absoluta e só 22% ainda admitem que isso possa acontecer. Somente 5% da amostra julgam que será outro partido a ganhar o sufrágio e 9% não sabem ou não respondem.
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Caso o PS triunfe, 35% defendem que o melhor para o país passará por coligar-se no governo com forças à sua esquerda e 28% apontam entendimentos à direita como a melhor solução. 21% preferem ver os socialistas a solo no executivo.

Já num cenário em que a vitória sorria à coligação PSD-CDS, 34% são apologistas de que os sociais--democratas e os centristas não se entendam com mais ninguém, 30% falam no PS como opção mais viável para garantir a estabilidade governativa e 16% apontam outras forças - não especificadas no barómetro.

Ficha técnica
Esta sondagem foi realizada pelo CESOP-Universidade Católica Portuguesa para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias nos dias 13, 14, 15 e 16 de junho de 2015. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram selecionadas aleatoriamente dezanove freguesias do país, tendo em conta a distribuição da população recenseada eleitoralmente por regiões NUT II e por freguesias com mais e menos de 3200 recenseados. A seleção aleatória das freguesias foi sistematicamente repetida até que os resultados eleitorais das últimas eleições legislativas nesse conjunto de freguesias (ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma) estivessem a menos de 1% dos resultados nacionais dos cinco maiores partidos. Os domicílios em cada freguesia foram selecionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o próximo aniversariante recenseado eleitoralmente na freguesia. Foram obtidos 1048 inquéritos válidos, sendo 55% dos inquiridos do sexo feminino, 31% da região Norte, 24% do Centro, 32% de Lisboa, 6% do Alentejo e 7% do Algarve. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição de eleitores residentes no Continente por sexo, escalões etários, região e habitat na base dos dados do recenseamento eleitoral e do Censos 2011. A taxa de resposta foi de 77%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1048 inquiridos é de 3%, com um nível de confiança de 95%.

* Estamos à vontade pois não votamos PS, consideramos que Socrates não prejudica tanto assim o partido, basta que haja bom senso na campanha.


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