HOJE NO
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Novas regras no álcool.
“Não podemos impedir menores
de 16 anos de entrar”
A 15 dias da entrada em vigor da nova lei as discotecas equacionam alterações. Associação antevê novo regime muito pouco eficaz.
Na Discoteca Pacha, em Ofir, um dos espaços de animação nocturna mais
populares no Norte do país, o assunto ainda está em aberto. A pergunta
será a mesma em muitos outros estabelecimentos: “Se os menores de 16
anos podem entrar, como é que os vamos distinguir lá dentro para saber o
que servir?”, questiona Miguel Marinho. Podem ter cartões diferentes
consoante forem ou não maiores de idade, mas mesmo assim seria preciso
pedir a identificação a todos. E como se controla os que bebem as
bebidas que outros amigos mais velhos foram comprar? Por agora ultima-se
a programação e a festa de abertura de Verão desta discoteca está
marcada para 4 de Julho.
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O mesmo se passa com outros espaços de diversão que se preparam para a
temporada de festas noite dentro. Na Kadoc no Algarve, com uma
experiência também sazonal, Custódio Guerreiro não antevê contudo
qualquer mudança face ao que faziam até aqui para controlar a venda de
bebidas brancas a menores de 18 anos, a proibição que estava em vigor
desde 2013. “Quando parecem mais jovens, o barman tem indicação para
pedir a identificação”, explica o responsável, admitindo que em alguns
casos é difícil fazer a distinção.
Para António Fonseca, presidente da Associação de Bares da Zona
Histórica do Porto, o veredicto é muito claro: “Esta lei não vai ter
eficácia do ponto de vista pedagógico, como a anterior não tinha.” A
grande dificuldade é distinguir as idades: “Se já havia adolescentes de
15 anos que passam por 18, a diferença dos 17 para os 18 então é menor”,
avisa, defendendo que, para proibir a entrada de quem tem menos de 18
anos em discotecas e bares seria preciso terem feito essa lei. É que o
diploma que regula o funcionamento de espectáculo de natureza artística,
revisto o ano passado, também é claro quanto a isso: a frequência de
discotecas e similares é para maiores de 16 anos.
Como distinguir um vodka-cola? Para o representante de mais de 600
bares e discotecas, a lei que proíbe a venda e o consumo de qualquer
bebida alcoólica em espaços públicos está destinada a não ter efeito
prático. E segundo António Fonseca isso nada tem a ver com a forma como
os estabelecimentos venham a gerir a questão: “Resultaria se houvesse
uma fiscalização eficaz.” Desta forma – avisa – só vai penalizar os
estabelecimentos que cumprem a lei e promover o botelhão, o consumo na
rua. “E nesses casos como se vão sancionar as mercearias que se venderem
aos jovens? Temos como sempre tivemos um défice de fiscalização e o
país tenta resolver essa lacuna com mais leis”, defende o responsável,
que diz concordar com o princípio de saúde pública e promoção da saúde
dos jovens inerente à lei, mas não com uma limitação em que os
diferentes agentes acabam por não estar todos sujeitos à mesmo pressão.
Dentro dos estabelecimentos quem está habituado à noite antevê outras
dificuldades. “Numa fiscalização, como se vai distinguir uma Coca-Cola
de um vodka-cola? Os fiscais vão ter de provar a bebida ou usar um
dispositivo.” Mais fácil, prevê, vai ser punir quem não tenha os avisos
afixados com a nova proibição mal a lei entre em vigor dentro de 15
dias. “Geralmente é no que a eficácia das autoridades é maior”, ironiza.
* Não faz nada mal aos garotos e garotas com menos de 18 anos estarem proíbidos de entrar em discotecas e bares. Democracia não é compatível com permissividade, alterem a lei para haver eficácia, senão muita gente ficará a pensar que a nova lei do álcool é só para "armar aos cucos".
O sr. António Fonseca tem razão, a falta de eficácia está no topo da vida portuguesa, por isso somos mentalmente pobres.
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