21/05/2015

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HOJE NO
 "JORNAL DE NEGÓCIOS"

Pais do Amaral pedia mais tempo
 para avaliar impacto da greve 
nas contas da TAP

A proposta do consórcio liderado por Miguel Pais do Amaral para a compra da TAP pedia mais tempo para avaliar o impacto da greve e garantias do Estado sobre a dívida, disse esta quinta-feira o empresário à Lusa.

"O Conselho de Ministros decidiu abrir uma fase de negociação com dois dos proponentes que apresentaram propostas vinculativas", refere o comunicado do Conselho de Ministros. Segundo o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, as negociações vão prosseguir com David Neeleman, fundador da Azul e Germán Efromovich, dono da Avianca. De fora, fica assim, a proposta apresentada por Miguel Pais do Amaral.
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Luís Marques Guedes, ministro da Presidência, explicou aos jornalistas que a proposta de Pais do Amaral foi excluída por não cumprir o caderno de encargos, ao não se assumir como uma proposta vinculativa. "Não queria, por respeito ao proponente, estar a explicitar [os motivos da sua exclusão]. A proposta era não vinculativa, e por isso não cumpre os requisitos mínimos legais", acrescentou Sérgio Monteiro.

Questionado pela Lusa sobre esta decisão, Miguel Pais do Amaral adiantou que o tempo dado para apresentar a proposta foi curto e que o consórcio por si liderado apresentou três condições.

"Pedimos um prazo adicional para podermos analisar o impacto da greve [dos pilotos realizada entre 1 e 10 de Maio] nas contas. Precisávamos de mais seis semanas para analisar a greve que ocorreu cinco dias antes da data de entrega da proposta", explicou.

"Esta foi uma greve brutal que vai ter um impacto enorme nas contas da empresa", sublinhou.
Por outro lado, devido "à degradação da situação da empresa", o consórcio pedia que "houvesse da parte do Estado uma tomada de medidas junto dos credores para obter condições satisfatórias sobre a dívida", acrescentou.
Miguel Pais do Amaral salientou que a partir do momento em que o Estado saia da TAP, os credores podem vir reclamar a dívida da operadora aérea, a qual é superior a 1.000 milhões de euros.

"Era essencial que o Estado desse esse apoio", considerou o empresário.
A terceira condição dizia respeito à "necessidade de obtenção de um acordo de médio/longo prazo com os sindicatos", disse.
Ou seja, o consórcio da Quifel pretendia que se estabelecesse um acordo prévio com os sindicatos, que garantisse ao novo dono paz social no grupo TAP.

"Estas são as três condições que não se enquadram no caderno de encargos", mas que uma "análise menos rigorosa permitira passar", apontou.
O empresário lembrou que tinha apresentado uma proposta para a compra da transportadora aérea portuguesa em Julho do ano passado, "a pedido do Governo" com a indicação que o processo arrancava em Setembro.

Se a privatização tivesse ocorrido na altura, o empresário diz que teriam "tido tempo", já que o curto espaço para a apresentação da proposta vinculativa "prejudica um consórcio com as características" como o por si liderado, que não é uma companhia aérea e necessita da aprovação dos investidores, explicou.

Ou seja, se não tivesse havido "múltiplos atrasos" no processo privatização, que já tinha sido suspenso em 2012, o consórcio teria tido a possibilidade de "reunir todas as condições necessárias".

Pais do Amaral adiantou que continua interessado na TAP, pelo que vai "esperar calmamente" pelo desenrolar do processo: "Caso não se concretize [a privatização], o nosso interesse mantém-se".

O Governo relançou em Novembro do ano passado o processo de privatização na TAP que prevê a alienação de até 66% do grupo dono da transportadora aérea nacional.

Sérgio Monteiro disse que a proposta de Pais do Amaral para a compra da TAP "era não vinculativa, logo não cumpria um dos requisitos do caderno de encargos", e foi afastada.

* Pais do Amaral pôs-se em bicos de pés apenas para agitar águas, criar confusão e reaparecer nas notícias ou para abrir caminho a um dos que ficam e ganhar alvíssaras.  
O "É frô" se ganhar, fará tudo para deslocalizar  a sede da TAP, os americanos nem querem ouvir falar dele, tais foram os incumprimentos cometidos nos USA. Quanto ao sonhador pode tornar-se um grande pesadelo para os 10 mil trabalhadores da transportadora.

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