16/04/2015

 
HOJE NO
 "CORREIO DA MANHÃ"

Bispos esperam que aborto seja
 tema da campanha eleitoral 

Manuel Clemente diz que não se pode "esconder a cabeça na areia".

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse esta quinta-feira que a interrupção voluntária da gravidez deve ser tema da campanha eleitoral e sobre a eventualidade de um nova consulta popular defendeu primeiro um referendo nas "consciências".
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 Em Fátima, no distrito de Santarém, ao falar na conferência de imprensa após a 186.ª assembleia plenária da CEP, ao ser questionado sobre se os bispos esperam que o tema da interrupção voluntária da gravidez seja um dos temas em debate nas legislativas, Manuel Clemente respondeu afirmativamente, considerando que não se pode "esconder a cabeça na areia".

 "O que nós ouvimos e até denunciado - e não é por organizações confessionais - por cidadãos, por médicos, por pessoas ligadas ao mundo da saúde que a interrupção voluntária da gravidez às vezes se torna quase num meio de regulação de nascimentos e com várias intervenções ou mais do que uma até num prazo de um ano, isto é um problema complexo, isto tem que ser refletido", afirmou, notando que "também não foi para isso que a lei foi feita". 

Sobre a eventual realização de um novo referendo sobre esta matéria, Manuel Clemente defendeu que, antes de uma consulta popular, o referendo deve ser feito primeiro nas consciências. "O referendo tem que se fazer primeiro nas consciências e nas convicções, porque se vamos já para o legal, para o referendo, certamente sucederia o que sucedeu ainda no último, ou seja uma enormíssima abstenção e, até, um certo desvio do assunto que não foi tanto para a defesa da vida e qual é o direito que a vida humana tem naquela fase, mas o que se fazer ou não fazer com aquela pessoa que pratica o aborto, o que foi um desvio da problemática", declarou Manuel Clemente. 


 Reiterando que este é "um problema transversal e tem que ser trabalho antes de mais nas convicções, nas consciências", o presidente da CEP disse acreditar que, depois, terá a sua "tradução legal". Manuel Clemente defendeu a necessidade de a sociedade levar "estes temas a sério e não passe por eles como coisas que já estão tratadas quando não estão, estão muito mal tratadas ou sem tratamento". 

 O último referendo nacional sobre o aborto, que se realizou em 2007, perguntava aos portugueses "Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?", sendo que a vitória foi do 'sim', com 59,25% dos votos.

 Sobre as medidas relativas à promoção da natalidade objeto de debate na quarta-feira no parlamento, o presidente da CEP considerou que "a Assembleia da República, como qualquer organismo político responsável, que o é com certeza, tem que ter muito diante dos olhos os problemas que estão ligados à vida e à demografia". 

"Quando nos dizem algumas previsões que nós em meados do século terão seis milhões de concidadãos em vez dos dez milhões em que a gente nasceu, isto não é um problema de somenos, isto tem que ser pensado, refletido a sério, é um problema de sobrevivência", alertou. 

* Nós concordamos que o aborto seja debatido na campanha, o aborto que come criancinhas depois de dizer missa, nunca foi ao pequeno almoço, o aborto que secundariza a mulher na hierarquia, o aborto que vive no folclore das peregrinações, somos contra estes abortos.

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