26/03/2015

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HOJE NO 
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2012. 
Economia portuguesa afinal contraiu 4%

A contracção da economia portuguesa em 2012 foi mais profunda do que o calculado anteriormente, tendo o Produto Interno Bruto real recuado 4% nesse ano, a recessão mais profunda alguma vez registada, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística.

O INE divulgou hoje as contas nacionais anuais finais relativas a 2012, as quais "correspondem a uma revisão em baixa do nível do PIB [Produto Interno Bruto] em cerca de 0,7%", indicando "uma crise económica mais acentuada do que a reflectida pelos resultados preliminares".
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Assim, os resultados finais indicam que o valor do PIB foi de 168.398 milhões de euros em 2012, ou seja, uma queda de 4% em termos reais (considerando o efeito da inflação), depois de ter registado uma quebra de 1,8% em 2011. A estimativa preliminar do INE dava conta de uma contracção do PIB real de 3,2%.
A instituição explica que os resultados finais de 2012 hoje conhecidos se baseiam em "fontes de informação de carácter mais sólido, pormenorizado e completo que as versões anteriormente divulgadas".

A revisão em baixa da taxa de variação anual do PIB em 2012, quer nominal quer real, face à estimativa anterior, deveu-se sobretudo à reavaliação da componente do investimento.

O INE conseguiu agora "identificar, por exemplo, situações de exportações de bens de equipamento para filiais no estrangeiro, de bens de equipamentos usados, de reexportação" e também "captar informação mais sólida sobre variação de existências, agora com um contributo negativo para o PIB".

A contracção do PIB em termos reais em 2012 foi determinada pela procura interna, "que contribuiu com -7,6 pontos percentuais" para a queda do PIB, ao passo que a procura externa líquida apresentou um contributo positivo de 3,6 pontos percentuais.

O investimento contribuiu negativamente com um ponto percentual para a revisão em baixa do PIB em 2012, tendo as importações contribuído também negativamente com 0,1 pontos percentuais, ao passo que o consumo público e as importações registaram um contributo positivo de 0,2 pontos e 0,1 pontos percentuais, respectivamente.

O INE esclarece, no entanto, que as revisões introduzidas para o ano de 2012 "não alteram substancialmente o perfil da evolução trimestral do PIB" para os anos de 2013 e de 2014, mas implicam uma revisão nominal do produto em -1,1% em 2013 e -0,8% em 2014, apesar de, no caso do ano passado, a variação em volume do PIB se manter inalterada nos 0,9%.

Em termos nominais, com esta alteração em 2012, a geração de riqueza em 2013 foi revista em menos 1.816,7 milhões de euros, passando dos 171.211,6 milhões de euros (estimados em Dezembro pelo INE) para 169.394,9 milhões, segundo os dados hoje divulgados.

Já no que diz respeito a 2014, o valor do PIB foi também revisto em baixa, ainda que em menor dimensão (cerca de 800 milhões de euros): no final de Fevereiro o INE dava conta de que o PIB era de 174.384,2 milhões de euros e hoje estima que esse valor seja de 173.053,3 milhões.

Esta actualização justifica também em parte a revisão em alta do rácio da dívida pública sobre o PIB que, segundo reportou hoje o Governo ao INE, fixou-se nos 130,2% do PIB no final de 2014.

É nesse sentido também que o executivo revê em alta a sua previsão para o rácio da dívida pública este ano: na notificação enviada hoje a Bruxelas antecipa que a dívida seja de 125,4% em 2015 e, no Orçamento do Estado, previa que fosse de 123,7%.

Quanto ao défice orçamental, o Governo mantém no entanto a meta que tinha fixado em Outubro no ano passado, reiterando o objectivo de 2,7% para este ano.

* O INE, sempre que pode, contraria o "basqueiro" de euforia governamental


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