ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"
"DINHEIRO VIVO"
Ecobook.
Provavelmente, o último caderno
que vai comprar na vida
Gastava demasiado papel a estudar matemática no 12.º ano e decidiu
procurar uma solução para diminuir o desperdício. Com falta de opções
no mercado, Pedro Lopes decidiu tratar ele do assunto.
A ideia
deste negócio surgiu como surgem a maioria das ideias de negócio: por
necessidade. Pedro Lopes, 18 anos, escrevia e apagava demasiadas vezes
os cadernos de matemática, ao ponto de estes ficarem tão negros do
carvão e manchados da borracha, que era difícil para o estudante
conseguir perceber os próprios apontamentos.
À procura de uma alternativa que lhe permitisse escrever e apagar os exercícios tantas vezes quanto necessárias, começou a estudar num quadro branco, pendurado na parede do quarto de sua casa. A solução seria perfeita, não fosse a impossibilidade de levar o quadro para a aula para tirar as dúvidas com a professora.
"Estudar assim era eficaz para mim mas muito cansativo porque tinha que
estudar em pé. Além disso, era impossível levar os exercícios para que a
professora os corrigisse na aula. Não podia levar o quadro. Comecei a
trabalhar numa solução que pudesse transformar aquele quadro branco em
algo portátil", conta ao Dinheiro Vivo o estudante do 1.o ano de
Engenharia Eletrotécnica, na FEUP.
Ainda no 12.º ano, começou, em casa, a pensar e a pôr em prática o protótipo do primeiro Ecobook.
E foi com esse primeiro caderno que construiu que procurou uma fábrica
onde pudesse aperfeiçoar o produto e começar a produzi-lo para vender.
Pedro transformou o quadro branco num caderno com a mesma função mas que
pode levar-se para qualquer lugar.
"A ideia não era criar mas comprar algo assim. Só
que, como não encontrei, com a ajuda do meu pai, que é vendedor,
atirei-me de cabeça. Criámos uma campanha de crowdfunding que deu o
impulso inicial. E conseguimos.", recorda.
Na campanha pedia 1250
euros, conseguiu 2300 para a primeira encomenda de Ecobook, fabricados
em Viseu. "Produzimos os primeiros 150 cadernos, criámos a empresa e
começámos a trabalhar em novos modelos."
A coleção de Ecobooks já
conta com cadernos de dois tamanhos diferentes (A4 lisao e pautado e A5
liso) e uma edição especial dedicada ao Dia dos Namorados (enfeitada
com corações vermelhos), mas, Pedro quer inovar nos formatos. São
escritos a caneta e podem apagar-se as vezes que se quiser.
Provavelmente, sempre que quiser. Para sempre.
B.I.
° Pedro Lopes criou o protótipo do Ecobook em
casa. Foi com esse primeiro caderno que procurou uma fábrica para
começar a produzir. ° De acordo com contas do ecobook.pt, o projeto já
permitiu poupar quase 47 mil folhas de papel e quatro árvores. ° Os
cadernos estão à venda online. Custam a partir de 6,99euro (caderno +
caneta Staedtler).
* Sem palavras.
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