13/02/2015

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HOJE NO 
"DIÁRIO ECONÓMICO"

Islândia impõe condenação 
histórica a ex-banqueiros

O Supremo Tribunal da Islândia condenou quatro ex-banqueiros do falido Kaupthing Bank a penas entre quatro e cinco anos e meio por manipulação de mercado durante a crise financeira de 2008. 
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O Supremo Tribunal da Islândia acaba de impor uma condenação histórica a três antigos altos cargos e um accionista do Kaupthing Bank, que foi a maior instituição financeira do país antes do espoletar da crise financeira em 2008 e falir por acumulação de grandes dívidas.

A sentença considerou como provado que o Kaupthing Bank financiou a maior parte da compra de 5% das suas próprias acções, no valor de mais de 170 milhões de euros, através de uma sociedade ligada a um xeque do Qatar pouco antes do colapso da instituição financeira. As penas impostas oscilam entre os quatro e os cinco anos e meio.

Trata-se do veredicto mais pesado por fraude financeira na história da Islândia, classificaram os media locais. O Supremo Tribunal mantém assim a sentença de um tribunal de primeira instância proferida em Dezembro de 2013 e em alguns casos subiu mesmo as penas.

O ex-presidente executivo do banco, Hreidar Már Sigurdsson, sofreu a pena mais pesada - cinco anos e meio -, enquanto o ex-presidente do conselho de administração, Sigurdur Einarsson, foi condenado a quatro anos de prisão. Por sua vez, Ólafur Ólafsson, um dos principais accionistas do banco, e o director da subsidiária em Luxemburgo, Magnús Guðmundsson, tiveram penas de quatro anos e meio.

O encarregado do governo islandês que investigou os bancos locais no seguimento do abalo que atingiu o sistema financeiro mundial após a crise de 2008 afirmou ontem que a decisão do Supremo Tribunal é um sinal para que outros países avancem para casos semelhantes e de que nenhum indivíduo é demasiado importante para ser processado. "Este caso envia uma forte mensagem que irá levantar a discussão", declarou Olaf Hauksson à Reuters.

Nem todos os processos deste âmbito levados a cabo na Islândia tiveram o mesmo resultado. Contudo, o esforço que a Islândia tem levado a cabo no sentido de atribuir responsabilidades aos banqueiros locais parece diferir da realidade dos EUA e do resto da Europa em particular, onde poucos banqueiros têm sido chamados a assumir responsabilidades pelo colapso financeiro das instituições onde trabalhavam e das implicações sobre os próprios países.

* Um exemplo para Portugal.

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