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THOMAS PIKETTY
PRÉMIO NOBEL DA
ECONOMIA 2014
SOBRE O CRESCIMENTO ECONÓMICO
392.
Senso d'hoje
Senso d'hoje
THOMAS PIKETTY
PRÉMIO NOBEL DA
ECONOMIA 2014
SOBRE O CRESCIMENTO ECONÓMICO
Não sou marxista, sou
pela propriedade privada, mas há coisas que a propriedade privada não
sabe fazer. Não podemos ter uma desigualdade que aumenta porque o
rendimento do capital, das rendas, das heranças, é muito maior do que o
do trabalho, em que nascer numa família com posses é muito mais seguro
para ter uma vida boa do que trabalhar muito, a não ser que se consiga
entrar no centil ou decil superior dos salários, como alguns managers.
Quando a taxa de
rentabilidade do capital, que eu utilizo quase como definição de
património porque englobo todos os ativos, é maior do que a taxa de
crescimento da economia como foi sempre até ao século XIX e deve voltar a
ser neste século, isso quer dizer que as desigualdades aumentam e,
certamente, pela via pior, que é a da herança. Há que regular a riqueza e
a sua redistribuição.
Eu não sou adepto do
crescimento zero, mas claro que temos de pensar num crescimento mais
limpo, temos de investir na energia e na formação, porque se já temos
muita gente nas universidades temos de dar essa oportunidade realmente a
todos. A difusão do conhecimento é a força mais poderosa que tende para
a igualdade de condições entre todos a longo prazo. É um dos setores em
que tem de se investir largamente - ainda não proporcionamos
oportunidades iguais a todos no que toca a formação.
* Excertos de entrevista ao "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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