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Primeiro-ministro diz que dados
do INE sobre risco de pobreza
não reflectem situação actual
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse hoje, em Fátima, distrito de Santarém, que os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o risco de pobreza são um “eco” do que o país passou, mas não a situação actual.
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“A notícia como eu referi que veio ontem [sexta-feira] divulgada pelo
Instituto Nacional de Estatística é um eco daquilo por que passámos,
não é a situação que vivemos hoje, reporta àquilo que foi a
circunstância que vivemos, nomeadamente em 2013 que foi, talvez, o ano
mais difícil em que o reflexo de medidas muito duras tomadas ao longo do
ano de 2012 acabaram por ter por consequência”, afirmou Pedro Passos
Coelho.
O risco de pobreza continuou a aumentar em Portugal em 2013,
afectando já quase dois milhões de portugueses, de acordo com os dados
do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento divulgados pelo INE.
Segundo o INE, 19,5% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2013
face aos 18,7% do ano anterior, apesar de ter existido um aumento dos
apoios sociais às situações de doença e incapacidade, família ou
desemprego.
As pensões de reforma e sobrevivência contribuíram para um decréscimo
do risco de pobreza em 21,0 pontos percentuais, sendo que, segundo o
INE, sem estas prestações e sem os apoios sociais 47,8% da população
residente em Portugal estaria em risco de pobreza em 2013.
Discursando num almoço com os órgãos sociais da Confederação Nacional
das Instituições de Solidariedade (CNIS), o chefe do Executivo referiu
que nessa altura “muitos dos beneficiários, muitos dos utentes, das
famílias que suportavam uma parte dos apoios que eram canalizados para
estas instituições viram-se numa situação de maior vulnerabilidade
também”.
“Foi indispensável, portanto, recorrer a muita criatividade, a muito
trabalho de ampla generosidade destas instituições e, também, a um
reforço de meios que o Estado teve de colocar à sua disposição para que
pudéssemos ter preservado a coesão social”, declarou Passos Coelho.
Admitindo que “durante esses anos” houve “um risco de pobreza maior” e
“sectores sociais que ficaram mais pobres”, o primeiro-ministro realçou
que o país conseguiu “passar por esse processo sem aumentar as
clivagens, as assimetrias na forma como os rendimentos estão
distribuídos”.
“Tivemos menos rendimentos todos, mas não tivemos mais dificuldades
na forma como eles estavam distribuídos, tivemos até, em alguns
aspectos, aqueles que tinham maiores rendimentos a dar um contributo
maior do que aqueles que tinham menos”, assinalou Pedro Passos Coelho.
Para o chefe do Executivo, apesar de a “fase mais difícil” ter ficado
ultrapassada, “ainda há riscos” que precisam de ser olhados “com muita
atenção”.
“O facto de o pior ter passado não quer dizer que não haja pessoas
que estejam hoje ainda muito carenciadas, famílias que passam por grande
vulnerabilidade”, reconheceu Passos Coelho, apontando a “taxa de
desemprego demasiado elevada” ou “pessoas que vivem em bolsas de pobreza
que precisam da acção do Estado e da acção das instituições sociais”.
* Temos a certeza que o sr. Primeiro-ministro sabe ler, agora interpretar sem distorcer temos muitas dúvidas. O INE trabalha os dados que lhe são fornecidos e sabemos que até alguns são omitidos,mas faz trabalho limpo.
Ontem, sexta-feira, o FMI, entidade tão querida para o chefe do governo, declarava o seguinte: "A taxa de desemprego "real", isto é a que conta
com desencorajados e part-time involuntário permanece acima de 20% e com
o crescimento previsto baixará apenas marginalmente nos próximos anos". O sr. Primeiro-ministro tem alguma coisa a dizer?
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