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Ferreira Diniz expulso
da Ordem dos Médicos
Médico estava proibido de exercer funções em instituições públicas, mas ainda podia atender doentes no consultório, que é a sua residência
A
Ordem dos Médicos decidiu expulsar o clínico João Ferreira Diniz,
condenado a uma pena de sete anos de prisão por abuso sexual de menores,
no âmbito do caso Casa Pia. Segundo o i apurou, o médico, que
até agora estava apenas proibido de exercer no sector público, já
informou que vai recorrer desta decisão.
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A expulsão da Ordem surgiu um ano e meio após o clínico ter sido
detido pela Polícia Judiciária para cumprir a pena de prisão a que foi
condenado. Actualmente, o médico poderia, no entanto exercer na sua
clínica - que é também a sua residência -, uma vez que em Fevereiro de
2014 o Tribunal de Execução de Penas de Lisboa autorizou a sua ida para
casa, com pulseira electrónica devido a problemas de saúde.
Ordem desencadeia expulsão
"Fomos
nós que solicitámos o envio da sentença, após trânsito em julgado e,
perante os factos provados, instruímos o nosso processo disciplinar",
confirmou ontem ao i José Manuel Silva, bastonário dos Médicos, adiantando que "a decisão da Ordem tem por base o que ficou provado na Justiça".
Actualmente, o médico estará já a preparar o recurso, podendo pedir a
terceiros que testemunhem a seu favor, incluindo pacientes.
No final de 2013, o bastonário já havia falado na hipótese de
expulsão, mas ressalvou na altura que era preciso esperar por uma
condenação da justiça transitada em julgado, ou seja, de que já não
fosse possível recorrer. "Estamos a avaliar o caso para aplicar a
sanção", explicou José Miguel Silva, acrescentando que a Ordem dos
Médicos "não tinha meios de fazer prova de crimes de pedofilia".
O caso
Ferreira Diniz foi condenado por três crimes de abuso sexual de
crianças dependentes e posse de pornografia infantil e acabou por pedir a
prescrição dos crimes, esperando assim evitar a detenção, em Abril de
2013. Foi aliás o único dos arguidos a invocar a prescrição de crimes.
Nessa altura fontes judiciais esclareceram que um requerimento daquela
natureza não suspendia o cumprimento da pena efectiva de prisão e que
não existia qualquer recurso nos autos do processo.
Depois de detido pela Polícia Judiciária, Ferreira Diniz ficou na
prisão anexa às instalações da PJ até ser transferido para o
Estabelecimento Prisional da da Carregueira, em Sintra, onde já estavam
os restantes arguidos: Carlos Silvino, Carlos Cruz, Manuel Abrantes e
Jorge Ritto.
Em Fevereiro do ano passado acabaria por sair da Carregueira, muito
antes do fim da pena - que será em 2017, descontando o período em que
esteve preso preventivamente -, por causa de uma doença terminal. Na
altura a sua advogada justificou à imprensa que o cliente tinha "uma
doença grave e incurável, que já não [poderia] ser tratada com os meios
terapêuticos disponíveis na prisão".
O médico de 59 anos acabou por ficar na sua residência com pulseira
electrónica - onde ainda hoje atende doentes. Ficou estipulado que
poderia sair sempre que tivesse necessidade de receber tratamentos
médicos.
* Este homem não tem princípios de ética para exercer medicina, felizmente chegou a decisão.
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