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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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Municípios consideram que
proibiçãode exercício da advocacia
a vereadores seria "absurda"
A Associação Nacional dos Municípios Portugueses considerou que a alegada proposta do Ministério da Justiça de proibição de exercício da advocacia a vereadores seria, "no mínimo, absurda"
O
"Diário de Notícias" noticiou, esta sexta-feira, que a ministra da
Justiça, Paula Teixeira da Cruz, preparou um diploma para advogados,
"que prevê que eleitos para cargos relacionados com o poder local não
possam exercer" a sua profissão, sendo que esse mesmo documento é omisso
no caso dos deputados da Assembleia da República.
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Segundo o mesmo jornal, estas
regras, "previstas no projeto de Estatutos da Ordem dos Advogados",
referem que vereadores e membros das assembleias municipais "têm de
suspender a atividade como advogado quando são eleitos".
A ANMP,
que ainda não foi confrontada com essa matéria por parte do ministério,
considera que, caso se queira "fazer alguma coisa no combate à
promiscuidade que pode acontecer entre o exercício de funções políticas e
outras atividades", isso deveria acontecer "a nível central, na
Assembleia da República, que é onde se aprovam as leis", referiu à
agência Lusa o secretário-geral da ANMP, Rui Solheiro.
"É
incompreensível", comentou, sublinhando que as câmaras e as assembleias
municipais "não têm poder legislativo e, portanto, não se põe qualquer
problema no exercício da advocacia e de cargos públicos" em simultâneo.
Para
Rui Solheiro, esta proposta "é lesiva da imagem do poder local e não
tem qualquer justificação", surgindo "desfocada" e "orientada" para a
administração local, de forma a "manter tudo na mesma, a nível
nacional".
"Altera-se alguma coisa para que continue tudo na
mesma", apontou, frisando que o debate sobre a promiscuidade que se tem,
"de forma geral, na opinião pública, é de que é necessário combatê-la
entre negócios e política, em termos nacionais".
Caso a proposta avance, "deixa-se tudo na mesma a esse nível", salientou.
Rui
Solheiro criticou ainda a proposta por ser uma "insinuação de que isso
[a promiscuidade] acontece na administração local", sendo que a haver,
"é na Assembleia da República".
O secretário-geral da ANMP referiu
ainda desconhecer o número de vereadores e membros das assembleias
municipais que seriam afetados com a possível medida.
* Em nossa opinião eurodeputados, deputados dos parlamentos nacionais e vereadores municipais deveriam ter dedicação exclusiva, com uma grelha de conflitos de interesses bem exigente.
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