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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Dois terços dos casos de cancro acontecem "por azar"
Embora o estilo de vida pouco saudável contribua para o desenvolvimento
de alguns tipos de cancro, outros são explicados por má sorte: mutações
aleatórias nos genes.
Um estudo norte-americano mostra que cerca de dois terços dos cancros nos adultos são causados principalmente por mutações aleatórias nos genes, e não pelo estilo de vida dos doentes. No entanto, os investigadores e organizações de saúde destacam que um estilo de vida pouco saudável continua a estar na origem de alguns dos cancros mais mais mortíferos.
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O estudo, publicado quinta-feira na revista Science, apresenta um modelo estatístico que permite medir qual a percentagem dos cancros nos adultos que podem ser explicados por "má sorte": dois terços dos cancros são causados por mutações genéticas aleatórias que acontecem no momento da divisão celular, o método pelo qual o corpo regenera os tecidos que compõem os órgãos.
"Todos os cancros são causados por uma combinação de má sorte, fatores ambientais e hereditariedade", explica, num comunicado, o co-autor do estudo, Bert Vogelstein, do centro de investigação médica Howard Hughes. "Nós criámos um modelo que pode ajudar a quantificar em que medida cada um dos fatores contribui para o desenvolvimento de cancro".
O autor acrescenta, porém, que um estilo de vida pouco saudável ainda é um fator significativo no desenvolvimento de alguns tipos de cancro. Outros, porém, são causados principalmente por mutações genéticas que acontecem por azar.
"A longevidade saudável em pessoas que estão expostas a agentes causadores de cancro, como o tabaco, é muitas vezes atribuída aos seus bons genes, mas a verdade é que a maior parte deles simplesmente tiveram sorte", diz Vogelstein, num comunicado do centro Johns Hopkins.
Vogelstein e o co-autor Tomasetti esperam que os resultados do seu estudo ajudem a mudar a perceção popular do cancro, e que possam contribuir para mudar a forma como se distribuem os fundos nas investigações relacionadas com o cancro.
"Se dois terços da incidência de cancro nos vários tecidos se explica por mutações genéticas aleatórias que acontecem quando as células estaminais se multiplicam, então mudar o nosso estilo de vida e hábitos será uma grande ajuda a prevenir certos cancros, mas pode não ser tão eficaz na prevenção de outros", conta Cristian Tomasetti, no mesmo comunicado.
Para desenvolver o seu modelo estatístico, os cientistas compararam a incidência de cancro em determinados tecidos com a quantidade de divisões celulares que esses tecidos tinham ao longo da vida de uma pessoa.
O cérebro é um órgão que está exposto diretamente a menos fatores ambientais (tabaco ou alterações alimentares, por exemplo) do que o sistema digestivo, mas o cancro cerebral tem maior prevalência nos Estados Unidos do que o cancro do intestino delgado. Tomasetti e Vogelstein puseram a hipótese de que essa prevalência maior se devesse ao facto de que há mais multiplicação de células (que acontece através da divisão celular) ao longo da vida no cérebro do que no intestino.
Com o seu modelo, que revelam no estudo publicado na Science, puderam mostrar que o número de divisões de células estaminais em 31 tecidos do corpo ao longo da vida (isto porque os diferentes órgãos são compostos de diferentes tecidos) está relacionado com a incidência de cancro nesse tecido. Ou seja, os órgãos cujas células se renovam mais vezes durante a vida são os mais afetados por cancro.
O cancro pode ser causado quando uma divisão celular corre mal e gera uma mutação, e essas mutações são mais prováveis quando há um maior número de divisões. Através do seu modelo estatístico, os investigadores conseguiram calcular que cerca de dois terços da incidência de cancro nos tecidos é causada por estas mutações aleatórias.
* Uma vida terrível
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O estudo, publicado quinta-feira na revista Science, apresenta um modelo estatístico que permite medir qual a percentagem dos cancros nos adultos que podem ser explicados por "má sorte": dois terços dos cancros são causados por mutações genéticas aleatórias que acontecem no momento da divisão celular, o método pelo qual o corpo regenera os tecidos que compõem os órgãos.
"Todos os cancros são causados por uma combinação de má sorte, fatores ambientais e hereditariedade", explica, num comunicado, o co-autor do estudo, Bert Vogelstein, do centro de investigação médica Howard Hughes. "Nós criámos um modelo que pode ajudar a quantificar em que medida cada um dos fatores contribui para o desenvolvimento de cancro".
O autor acrescenta, porém, que um estilo de vida pouco saudável ainda é um fator significativo no desenvolvimento de alguns tipos de cancro. Outros, porém, são causados principalmente por mutações genéticas que acontecem por azar.
"A longevidade saudável em pessoas que estão expostas a agentes causadores de cancro, como o tabaco, é muitas vezes atribuída aos seus bons genes, mas a verdade é que a maior parte deles simplesmente tiveram sorte", diz Vogelstein, num comunicado do centro Johns Hopkins.
Vogelstein e o co-autor Tomasetti esperam que os resultados do seu estudo ajudem a mudar a perceção popular do cancro, e que possam contribuir para mudar a forma como se distribuem os fundos nas investigações relacionadas com o cancro.
"Se dois terços da incidência de cancro nos vários tecidos se explica por mutações genéticas aleatórias que acontecem quando as células estaminais se multiplicam, então mudar o nosso estilo de vida e hábitos será uma grande ajuda a prevenir certos cancros, mas pode não ser tão eficaz na prevenção de outros", conta Cristian Tomasetti, no mesmo comunicado.
Para desenvolver o seu modelo estatístico, os cientistas compararam a incidência de cancro em determinados tecidos com a quantidade de divisões celulares que esses tecidos tinham ao longo da vida de uma pessoa.
O cérebro é um órgão que está exposto diretamente a menos fatores ambientais (tabaco ou alterações alimentares, por exemplo) do que o sistema digestivo, mas o cancro cerebral tem maior prevalência nos Estados Unidos do que o cancro do intestino delgado. Tomasetti e Vogelstein puseram a hipótese de que essa prevalência maior se devesse ao facto de que há mais multiplicação de células (que acontece através da divisão celular) ao longo da vida no cérebro do que no intestino.
Com o seu modelo, que revelam no estudo publicado na Science, puderam mostrar que o número de divisões de células estaminais em 31 tecidos do corpo ao longo da vida (isto porque os diferentes órgãos são compostos de diferentes tecidos) está relacionado com a incidência de cancro nesse tecido. Ou seja, os órgãos cujas células se renovam mais vezes durante a vida são os mais afetados por cancro.
O cancro pode ser causado quando uma divisão celular corre mal e gera uma mutação, e essas mutações são mais prováveis quando há um maior número de divisões. Através do seu modelo estatístico, os investigadores conseguiram calcular que cerca de dois terços da incidência de cancro nos tecidos é causada por estas mutações aleatórias.
* Uma vida terrível
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