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Senso d'hoje
Senso d'hoje
FERNANDO ALVIM
RADIALISTA E COMUNICADOR
SOBRE A RÁDIO E TV
Quero, justamente, mudar a comunicação.
Quero torná-la mais audaz e menos previsível. Acho que é isso que me
move. Vivemos um período de alguma resignação. A comunicação que é
estabelecida à minha volta, salvo raríssimas exceções, é previsível e
aborrecida e é um preguiçoso exercício de cópia de formatos que já
existem. É isso que vejo na rádio, na TV e na imprensa. É por isso que,
eventualmente, o meio atravessa uma situação bolorenta.
Quando olho também para as pessoas que
são responsáveis pelos meios [de comunicação social] vejo que são, na
sua maioria, pessoas com pouquíssima criatividade, cinzentas. Muitos
diretores de rádio e televisão estão resignados. Até poderiam estar
resignados, mas poderiam motivar as suas equipas e nem isso acontece. É
uma questão de se fazer uma sondagem e perguntar a quem trabalha na
rádio, televisão ou num jornal se está ou não motivado. Eu apostaria que
quase todos diriam que não.
A televisão vive um dos piores períodos criativos de sempre. Vejo-a a tornar-se bastante vulgar.
Vejo as mesmas fórmulas de sempre. Os
programas da tarde, salvo raríssimas exceções, são os de sempre e iguais
aos da manhã. Têm sempre de ter bandas e artistas sofríveis, duas ou
três entrevistas emocionais em que alguém diz que a sua vida é uma
desgraça.
Excertos de entrevista ao "JORNAL DE NOTÍCIAS"
.
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