22/10/2014

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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"


Juncker garante plano de investimento
 de 300 mil milhões até final do ano

É o presente de Natal de Juncker para a UE: 300 mil milhões para relançar o crescimento. 

Jean-Claude Juncker sentou-se ontem no mesmo lugar onde há dez anos Durão Barroso recebeu a confiança do Parlamento Europeu para o primeiro de dois mandatos em Bruxelas. Dali viu a sua Comissão ser aprovada e ali deixou a promessa: o plano de investimento de 300 mil milhões de euros, a sua bandeira eleitoral, estará pronto até ao Natal. 
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Numa União Europeia descredibilizada e mergulhada na crise económica, o luxemburguês disse ser "hora de passar à acção" e prometeu para breve detalhes sobre o plano para relançar o crescimento e o emprego. "Se nos derem o vosso apoio hoje, apresentaremos esse conjunto de medidas até ao Natal. Não se trata de uma promessa, é uma afirmação", garantiu.

Adoptando um discurso semelhante ao de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), Juncker frisou que "não existe em Bruxelas uma solução milagrosa" e que é preciso os Estados-membro fazerem a sua parte, com um ‘mix' de políticas diferentes. "Chegou o momento de alcançarmos um verdadeiro ‘grande pacto', uma ampla coligação de países e principais partidos políticos que trabalharão em conjunto na elaboração de uma estrutura de três pilares: reformas estruturais, credibilidade orçamental e investimentos", sublinhou.

É aqui que o destino da UE e da zona euro volta a desviar-se de Bruxelas e a passar por Berlim e Paris, que desde o final da semana passada têm vindo a discutir a dois o caminho a seguir pelos 28. Os alemães, fieis defensores da austeridade, têm a economia em declínio e estão pressionados a usar a margem que têm para aumentar o investimento público. Os franceses, sem qualquer tipo de margem, querem gastar mais e preparam um orçamento que volta a violar as regras europeias e arriscar não passar no crivo da Comissão. Os ministros das Finanças dos dois países encontraram-se no fim-de-semana passado para discutir os termos em que o orçamento francês terá o apoio da Alemanha e do encontro saiu a promessa de apresentarem, no dia 1 de Dezembro, um plano de investimentos franco-alemão.

Acabar com as "capelinhas" 
 Os desafios económicos - que serão resolvidos mais pela vontade alemã do que pela de Juncker - não são os únicos à frente da nova Comissão. É preciso fazer com que Bruxelas volte a ter uma política externa digna desse nome, numa altura em que questões como a Ucrânia, a Síria, ou até mesmo o ébola estão longe de resolvidas.

"Não podemos actuar como se estes problemas crescentes não existissem e não o faremos. Não podemos fechar os olhos para a realidade e não o faremos", prometeu Juncker, perante uma plateia de onde recebeu 423 votos a favor e 209 contra - houve 67 abstenções.

A nova Europa, com Carlos Moedas a cargo da Inovação, Ciência e Investigação, assume funções a 1 de Novembro. O cargo do português, que terá de se coordenar com várias pastas e vice-presidentes diferentes, ilustra o modelo que Juncker quer para o seu colégio de comissários. "A minha Comissão não só parecerá diferente, mas também trabalhará de outro modo: não como uma soma de partes, mas como uma equipa, não em capelinhas com fronteiras entre grupos e sectores, mas como um órgão colegial e político", assegurou.

* Entrada de leão,  e saída, será de sendeiro?

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