HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
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Juncker garante plano de investimento
de 300 mil milhões até final do ano
É o presente de Natal de Juncker para a UE: 300 mil milhões para relançar o crescimento.
Jean-Claude Juncker sentou-se ontem no mesmo lugar onde
há dez anos Durão Barroso recebeu a confiança do Parlamento Europeu para
o primeiro de dois mandatos em Bruxelas. Dali viu a sua Comissão ser
aprovada e ali deixou a promessa: o plano de investimento de 300 mil
milhões de euros, a sua bandeira eleitoral, estará pronto até ao Natal.
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Numa
União Europeia descredibilizada e mergulhada na crise económica, o
luxemburguês disse ser "hora de passar à acção" e prometeu para breve
detalhes sobre o plano para relançar o crescimento e o emprego. "Se nos
derem o vosso apoio hoje, apresentaremos esse conjunto de medidas até ao
Natal. Não se trata de uma promessa, é uma afirmação", garantiu.
Adoptando
um discurso semelhante ao de Mario Draghi, presidente do Banco Central
Europeu (BCE), Juncker frisou que "não existe em Bruxelas uma solução
milagrosa" e que é preciso os Estados-membro fazerem a sua parte, com um
‘mix' de políticas diferentes. "Chegou o momento de alcançarmos um
verdadeiro ‘grande pacto', uma ampla coligação de países e principais
partidos políticos que trabalharão em conjunto na elaboração de uma
estrutura de três pilares: reformas estruturais, credibilidade
orçamental e investimentos", sublinhou.
É aqui que o destino da
UE e da zona euro volta a desviar-se de Bruxelas e a passar por Berlim e
Paris, que desde o final da semana passada têm vindo a discutir a dois o
caminho a seguir pelos 28. Os alemães, fieis defensores da austeridade,
têm a economia em declínio e estão pressionados a usar a margem que têm
para aumentar o investimento público. Os franceses, sem qualquer tipo
de margem, querem gastar mais e preparam um orçamento que volta a violar
as regras europeias e arriscar não passar no crivo da Comissão. Os
ministros das Finanças dos dois países encontraram-se no fim-de-semana
passado para discutir os termos em que o orçamento francês terá o apoio
da Alemanha e do encontro saiu a promessa de apresentarem, no dia 1 de
Dezembro, um plano de investimentos franco-alemão.
Acabar com as "capelinhas"
Os desafios
económicos - que serão resolvidos mais pela vontade alemã do que pela de
Juncker - não são os únicos à frente da nova Comissão. É preciso fazer
com que Bruxelas volte a ter uma política externa digna desse nome, numa
altura em que questões como a Ucrânia, a Síria, ou até mesmo o ébola
estão longe de resolvidas.
"Não podemos actuar como se estes
problemas crescentes não existissem e não o faremos. Não podemos fechar
os olhos para a realidade e não o faremos", prometeu Juncker, perante
uma plateia de onde recebeu 423 votos a favor e 209 contra - houve 67
abstenções.
A nova Europa, com Carlos Moedas a cargo da
Inovação, Ciência e Investigação, assume funções a 1 de Novembro. O
cargo do português, que terá de se coordenar com várias pastas e
vice-presidentes diferentes, ilustra o modelo que Juncker quer para o
seu colégio de comissários. "A minha Comissão não só parecerá diferente,
mas também trabalhará de outro modo: não como uma soma de partes, mas
como uma equipa, não em capelinhas com fronteiras entre grupos e
sectores, mas como um órgão colegial e político", assegurou.
* Entrada de leão, e saída, será de sendeiro?
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