03/07/2014

MARIA CONCEIÇÃO BRASIL

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Sobre o desprezo...

Ponto 1 - Penso que a maioria dos Portugueses está farta de notícias sobre Ricardo Salgado e o BES, quem vai ficar à frente de um Banco que também enriqueceu os seus gestores e proprietários de maneiras pouco claras, da água benta do Banco de Portugal sobre a família fundadora ao longo de anos e anos.

Penso, também, que o povo que vê notícias já não suporta as complicações dentro do Partido Socialista com o António Seguro a agarrar-se ao cargo de Secretário-Geral e o António Costa a desviar-lhe a cadeira. – Larga essa cadeira! E o Seguro a fazer-se desentendido. – Homem, ainda não compreendeu que o teu tempo acabou? E o outro: nada, a fazer-se de surdo. – Queres que eu soletre como se fosses muito burro? E o Seguro: nada.

Pelos Açores, o mesmo. O Bastonário da Ordem dos médico a elencar os graves erros na área da Saúde do governo regional e este a defender-se com palavrinhas mansas e meio silenciosas porque pouco verdadeiras. Os hospitais açorianos a apresentarem graves carências e o vice do governo a afirmar estar tudo muito bem “arranjadinho”.

A propósito do vice cá do bairro: quem é que manda nesta terra de nove ilhas? Ainda nunca consegui perceber. Desde que Carlos César saiu que só vemos vir a público dar explicações o senhor Sérgio Ávila. O presidente eleito, apesar de muito alto, fisicamente falando, não consegue sobressair por detrás do senhor Sérgio que se põe em bicos de pés e opina, opina, opina…

Apesar destes e outros factos aqui não relatados ainda há cidadãos, como eu, que ouvem notícias, leem jornais, estão atentos a governantes e fazedores de opinião. Com a esperança de melhorias num País destruído por medidas de contenção exageradas para uns e benesses para outros? Talvez. O homem é um ser complexo. Considera sempre que nem tudo está perdido. Vive o hoje esperando que o amanhã seja melhor. Ao deixar de acreditar totalmente, o ser deixa de ter razões para continuar a existir, a caminhar. Cai e morre por dentro, afasta-se da sociedade – que é o seu lugar – e tomba como em campo de batalha. Fica perdido. Exaurido de forças. Não resiste por muito tempo. Desaparece do espaço vivo. Marginaliza-se. E nunca pode ser este o destino do homem. Ele é um ser físico e espiritual. Tem o direito à fé no dia de hoje e no seu futuro pessoal. São os governantes eleitos pelo povo – que também deveriam instruir-se espiritualmente – quem tem o dever de criar as condições para o bem-estar do povo, do trabalhador, do reformado, do jovem, da criança. Sobre os ombros de quem está à frente dos destinos de uma nação cai, naturalmente, a responsabilidade de assegurar um hoje e um amanhã tranquilos para todos. Insegurança, não. Marginalização, nunca. Não é o que se vê nos Açores e no País.

Nos gabinetes ministeriais tomam-se, bastas vezes, decisões a montante dos interesses das pessoas. Não se respeitam idades, percursos, dignidades. Governantes que não se interessam com o que vai à mesa do povo são seres inúteis. Governantes que esquecem sistematicamente, ano após ano, que o número de desempregados aumenta não merecem o ar que respiram. Governantes que não mantêm digno o sistema de saúde das populações enquanto recorrem a clínicas privadas para si e para os seus familiares, não merecem o nosso respeito. Há dias vi, num país da América Latina, o presidente na sala de espera de um hospital público como qualquer cidadão doente. Aqui morre o pobre e sobrevive o poderoso.

Pontos 2 – Vendem-se filhos – mãe da ilha da Madeira parece ter vendido o filho por 50.000 euros. Miséria num local paradisíaco onde João Jardim impera há muitos e muitos anos.

Por que razão o presidente do governo regional daquela linda Terra nunca se preocupou em desenvolver a Região no aspeto humano? Desleixo, desinteresse, egoísmo? Talvez um pouco de todos estes fatores. Nada justifica vender um filho, como é evidente. Mas não seremos todos cúmplices de tragédias como esta?!

IN "AÇOREANO ORIENTAL"
01/07/14

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