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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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Ministro da Saúde diz não compreender motivos da greve dos médicos
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, disse, esta segunda-feira, em
Portalegre, não compreender a greve dos médicos, considerando que a
situação "não é construtiva" para o país, que saiu recentemente de uma
situação de emergência económico-financeira.
"Eu não compreendo a greve. Nos
sindicatos aduziram 22 motivos e a Ordem dos Médicos, se não me engano,
56, portanto se eu quiser apresentar 70 motivos posso sempre apresentar
os mais diversos", afirmou.
Assinalando que tem mantido diálogo
com os sindicatos e a Ordem dos Médicos sobre os problemas que envolvem o
setor, Paulo Macedo considerou que a greve, convocada para terça e
quarta-feira, não surge de uma "perspetiva credível" e, sobretudo,
"construtiva", uma vez que o país saiu, recentemente, de uma situação de
emergência económica e financeira.
"O nosso Serviço Nacional de
Saúde (SNS), felizmente, continuou a responder [à crise] durante este
tempo todo, e muito com o esforço dos médicos, e, por ainda estarmos
numa situação de crise, eu penso que ainda se justifica menos este tipo
de atuação de greve, como mais uma vez se vai verificar, que vai
prejudicar exclusivamente os utentes do SNS e não os outros
portugueses", declarou.
Paulo Macedo falava aos jornalistas à
margem da inauguração das obras de ampliação e requalificação do serviço
de urgências do hospital de Portalegre, num investimento de 246 mil
euros.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que convocou o
protesto para terça e quarta-feira, manifesta-se convicta de que a greve
terá uma grande adesão, na dimensão da "indignação" destes
profissionais de saúde contra medidas do Governo que, acredita, estão a
destruir o SNS.
O protesto conta com o apoio da Ordem dos Médicos,
mas, ao contrário da greve de há dois anos, não terá a participação do
Sindicato Independente dos Médicos (SIM) que, no dia em que foi
anunciada esta forma de luta, explicou que a ela não aderia.
"Nós
já transmitimos que a greve convocada pela FNAM é uma greve que não tem
justificação laboral, não tem justificações concretas, muito pelo
contrário", disse hoje o ministro.
Para Paulo Macedo, as razões
apresentadas para avançar com a greve são "difusas", de "cariz genérico"
e "claramente em termos políticos".
"Uma greve destas prejudica
sempre as mesmas pessoas, são exclusivamente os portugueses que recorrem
ao SNS, uma vez que, como sabem, esta greve nunca atinge o setor
privado, esta greve nunca atinge o setor social", declarou.
Nas
declarações aos jornalistas em Portalegre, o ministro da Saúde desmentiu
ainda que tenha tido hoje contactos com médicos, através de
videoconferência, no sentido de os "demover" de aderir à greve.
"Isso
não é verdade, não estive em nenhuma videoconferência, mas é do vosso
conhecimento que nós temos tido, através das estruturas do ministério,
diálogo com os sindicatos. O diálogo com os sindicatos nunca se
esgotou", afirmou.
* O sr. ministro sabe bem que tentou silenciar o direito de opinião dos trabalhadores da saúde, só este facto é motivo para fazer greve, mas ainda existem carências absurdas no SNS como papel higiénico, que os médicos compram para dispensarem aos doentes, não cabe na cabeça dum tinhoso.
O sr. ministro está a tornar-se um capacho de Maria Luís Albuquerque.
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