10/07/2014

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HOJE NO
  "DIÁRIO ECONÓMICO"

Investidores norte-americanos receiam que GES seja primeira peça do dominó 

Os mercados norte-americanos estão a negociar no vermelho. Os principais índices perdem cerca de 0,2%, mas já chegaram a cair mais de 1%. Uma tendência que está a ser atribuída pelos principais órgãos noticiosos à crise que se vive no mercado accionista português, e ao facto de a Espírito Santo International ter já falhado alguns pagamentos obrigacionistas.


A Bloomberg escreve que "as acções norte-americanas estão a conter perdas, depois do S&P 500 ter afundado mais de 1%, sustentado por especulações de que as acções terão recuado demasiado com sinais de ‘stress' financeiro em Portugal", que levou os investidores a procurarem a segurança de activos refúgio. Ouro e títulos do Tesouro, da Alemanha aos EUA, sobem.

"Os investidores disparam primeiro e fazem questões mais tarde quando notícias como esta aparecem. Os receios em relação a um caso destes são sempre determinantes, quer se trate de um evento isolado, quer seja a primeira peça de um dominó. É o voo clássico para a segurança, nas acções, ‘commodities' e obrigações", comentava Lawrence Creatura, gestor de fundos na Federated Investors, em declarações à Bloomberg.

São no entanto vários os órgãos a fazer referência ao efeito de contágio do Grupo Espírito Santo. Os títulos variam entre "Wall Street afunda com receios de banco em Portugal", na Reuters, ou "Mercados accionistas caem com problemas num banco em Portugal", no "New York Times". Também no Reino Unido, o "Telegraph" diz que "Mercados accionistas globais caem com receios de banco em Portugal", enquanto o "Financial Times" faz título com "Receios sobre o banco português Espírito Santo provocam ‘sell-off' nas acções".

Segundo Peter Garnry, responsável pela estratégia acionista do Saxo Bank, "o evento atingiu os títulos financeiros europeus como um torpedo e reavivou os piores receios dos investidores sobre a Europa", disse em declarações ao "Telegraph". Uma ideia que está a ser reafirmada por vários comentadores nos dois lados do Atlântico: "Este tumulto vem relembrar - apesar do recente optimismo sobre a Europa - que os investidores continuam preocupados com a saúde do sistema financeiro da região", escreve o "New York Times". Além dos bancos portugueses, também os espanhóis e italianos estão a ser fortemente castigados pelos investidores.

Numa nota enviada hoje aos clientes, os analistas do Barclays deixam ainda uma questão: num país que esteve três anos sob a supervisão da ‘troika', como é que um caso destes não foi detectado e resolvido mais cedo?

* Os banqueiros da desconfiança...


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