HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Investidores norte-americanos receiam que GES seja primeira peça do dominó
Os mercados norte-americanos estão a
negociar no vermelho. Os principais índices perdem cerca de 0,2%, mas já
chegaram a cair mais de 1%.
Uma tendência que está a ser atribuída pelos principais
órgãos noticiosos à crise que se vive no mercado accionista português, e
ao facto de a Espírito Santo International ter já falhado alguns
pagamentos obrigacionistas.
A Bloomberg escreve que "as acções norte-americanas estão a conter
perdas, depois do S&P 500 ter afundado mais de 1%, sustentado por
especulações de que as acções terão recuado demasiado com sinais de
‘stress' financeiro em Portugal", que levou os investidores a procurarem
a segurança de activos refúgio. Ouro e títulos do Tesouro, da Alemanha
aos EUA, sobem.
"Os investidores disparam primeiro e fazem questões mais tarde quando
notícias como esta aparecem. Os receios em relação a um caso destes são
sempre determinantes, quer se trate de um evento isolado, quer seja a
primeira peça de um dominó. É o voo clássico para a segurança, nas
acções, ‘commodities' e obrigações", comentava Lawrence Creatura, gestor
de fundos na Federated Investors, em declarações à Bloomberg.
São no entanto vários os órgãos a fazer referência ao efeito de
contágio do Grupo Espírito Santo. Os títulos variam entre "Wall Street
afunda com receios de banco em Portugal", na Reuters, ou "Mercados
accionistas caem com problemas num banco em Portugal", no "New York
Times". Também no Reino Unido, o "Telegraph" diz que "Mercados
accionistas globais caem com receios de banco em Portugal", enquanto o
"Financial Times" faz título com "Receios sobre o banco português
Espírito Santo provocam ‘sell-off' nas acções".
Segundo Peter Garnry, responsável pela estratégia acionista do Saxo
Bank, "o evento atingiu os títulos financeiros europeus como um torpedo e
reavivou os piores receios dos investidores sobre a Europa", disse em
declarações ao "Telegraph". Uma ideia que está a ser reafirmada por
vários comentadores nos dois lados do Atlântico: "Este tumulto vem
relembrar - apesar do recente optimismo sobre a Europa - que os
investidores continuam preocupados com a saúde do sistema financeiro da
região", escreve o "New York Times". Além dos bancos portugueses, também
os espanhóis e italianos estão a ser fortemente castigados pelos
investidores.
Numa nota enviada hoje aos clientes, os analistas do Barclays deixam
ainda uma questão: num país que esteve três anos sob a supervisão da
‘troika', como é que um caso destes não foi detectado e resolvido mais
cedo?
* Os banqueiros da desconfiança...
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