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Cobrança de direitos de autor
em suportes digitais
"é um avanço tardio", diz SPA
em suportes digitais
"é um avanço tardio", diz SPA
No
âmbito deste projeto da Lei da Cópia Privada, todos os equipamentos que
tenham capacidade de armazenamento serão taxados, incluindo os
telemóveis, tablets e caixas descodificadoras de televisão
.
A
Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) considera que o anteprojeto de
Lei do Governo que vai aplicar uma taxa aos dispositivos que façam
gravação de ficheiros "é um avanço que peca por tardio".
Contactado pela agência Lusa, Tó Zé Martinho, membro da direção e da
administração da SPA, recordou que a entidade "espera há três anos pela
aplicação da lei na cobrança de direitos de autor em suportes digitais".
O Jornal de Negócios noticia hoje que o diploma, que deverá ir este
ano à Assembleia da República, está finalizado e baixa os valores a
aplicar aos equipamentos, estabelecendo um limite máximo de 25 euros.
No âmbito deste projeto da Lei da Cópia Privada, todos os
equipamentos que tenham capacidade de armazenamento serão taxados,
incluindo os telemóveis, tablets e caixas descodificadoras de televisão.
Para Tó Zé Martinho, dirigente da SPA, "este anteprojeto de lei vem
dar uma compensação justa aos autores em todos os suportes digitais, já
que até agora a lei só era aplicada a suportes físicos", como DVD, CD e
cassetes.
"Esta alteração na lei está prevista no programa do Governo com
caráter de urgência. Ao fim de três anos continua por aplicar", lamentou
o responsável, saudando a finalização do documento, embora a SPA não
fique satisfeita com os valores das compensações.
Tó Zé Martinho recordou que na proposta desta entidade para o
diploma, os valores pedidos eram mais elevados, "e foram reduzidos 40 a
60 por cento relativamente ao que se pedia inicialmente".
"Não se trata de uma taxa ou de um imposto. É uma compensação justa
para os artistas", comentou, observando que Portugal é o único país da
Europa que não possui uma lei para cobrança de direitos de autor em
suportes digitais.
Salientou ainda que, devido às inovações tecnológicas e as
capacidades destes aparelhos, houve uma quebra de 85% nas vendas, em
Portugal, na área da música, nos últimos 14 anos.
A proposta do Governo da lei da cópia privada, na qual se inclui este
diploma, foi analisada em janeiro pelo Conselho Nacional de Cultura
(CNC), que envolve cerca de vinte agentes do setor, entre eles, além da
SPA, a Associação Fonográfica Portuguesa, a Associação Portuguesa de
Editores e Livreiros e a cooperativa GDA – Gestão dos Direitos dos
Artistas.
A legislação sobre a cópia privada tem vindo a ser discutida e
trabalhada desde 2013 com avanços e recuos por falta de consenso
político e entre todos os agentes envolvidos.
A legislação tem como objetivo proteger e compensar financeiramente
autores, editores ou produtores pela reprodução a título privado de
obras protegidas.
* A criatividade tem de ser respeitada.
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