HOJE NO
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Comissão propõe o fim da entrega
de declaração de IRS para a maioria
dos contribuintes
Maria Luís Albuquerque, não se compromete que seja já possível reduzir a carga fiscal sobre o rendimento do trabalho e pensões
A
eliminação da obrigação de entregar uma declaração anual de rendimento
para os contribuintes que tenham apenas rendimentos do trabalho e
pensões é uma das propostas apresentadas pela comissão da reforma do
IRS.
Segundo o presidente da comissão, Rui Morais, o fim desta obrigação,
que incluirá alguns rendimentos de capital, irá abranger a maioria dos
contribuintes portugueses. Estes passariam a ter apenas a obrigação de
aceitar ou recusar a declaração proposta pelos serviços fiscais.
O fim desta imposição permitirá também acabar com a obrigação de
apresentar comprovativos de despesa, o que será um extraordinário alívio
para contribuintes, terceiros e para a própria máquina fiscal,
sublinhou Rui Morais na apresentação do relatório preliminar.
É intenção do governo avançar com a reforma do IRS em 2015, sobretudo
no que toca à simplificação do imposto. Mas a ministra das Finanças,
Maria Luís Albuquerque, não se compromete que seja já possível reduzir a
carga fiscal sobre o rendimento do trabalho e pensões.
A comissão propõe a eliminação gradual da sobretaxa do IRS aplicada desde 2013, assim que houver margem orçamental.
A ministra remeteu qualquer decisão sobre estas propostas, que serão
sujeitas a consulta pública, para Outubro deste ano, reafirmando que a
descida do IRS e da sobretaxa dependem do espaço orçamental.
Redução dos limites das deduções à colecta
A redução dos limites de dedução à colecta em despesas de saúde,
educação e habitação é outra das novidades da proposta. Estas deduções
passarão a ter um limite fixo por pessoa do agregado familiar.
Para Rui Morais, esta mudança não significa necessariamente um
aumento da carga fiscal na medida em que a maioria dos contribuintes não
beneficia hoje da total amplitude destas deduções porque não tem um
nível suficiente de rendimentos e despesas para tirar partido destes
benefícios.
O objectivo é alargar o impacto destas deduções a rendimentos mais
baixos e limitar o seu efeito nos rendimentos mais elevados,
acrescentou.
Mais dependentes, menos imposto
A introdução de um quociente familiar nas deduções à colecta
significará um desagravamento fiscal para quem tiver mais dependentes,
esclareceu Rui Morais. Esse quociente prevê que o rendimento da família
seja dividido pelos dois membros do casal, acrescido de 0,3 por cada
filho.
São ainda beneficiados os que têm colecta e rendimento, mas que hoje
não têm despesas suficiente para beneficiar dos actuais limites que com
esta reforma passarão a ser fixos, dispensando a apresentação de provas
de despesa.
Outra proposta da comissão é o alargamento dos vales sociais, que
hoje beneficiam os gastos com creches, para as despesas das famílias com
escolas, mas o relatório preliminar não avança valores.
* Se acha que é mais "simplex" para o lado do contribuinte conte com um "complex" aumento no IRS.
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