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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"
Centro de Apoio ao Sem Abrigo
com mais espaço para ajudar
O número de famílias com dificuldades tem vindo a aumentar, lamenta a coordenadora da CASA
A associação CASA – Centro de Apoio ao Sem Abrigo
conta agora com uma sede, um espaço dentro do Auto Silo do Campo da
Barca cedido pela Câmara Municipal do Funchal, que vai servir de armazém
e de centro de recepção para receber algumas das mais de 350 famílias
que apoiam, bem como de escritório e de espaço de atendimento para a
psicóloga e para a assistente social que estão a trabalhar no projecto. A
abertura do espaço foi celebrada esta tarde.
O apoio é essencialmente alimentar e de emergência, explicou Sílvia
Ferreira, que está à frente desta CASA na Madeira há quase seis anos.
Tudo começou com quatro voluntários que iam dar comida a pessoas que
precisavam de comer, contou a coordenadora. Como o número de pessoas
aumentou, viram-se obrigadas a alargar o trabalho de ajuda e hoje, além
da distribuição de refeições aos que estão a viver sem abrigo na cidade,
apoiam famílias carenciadas com alimentos.
“Não criamos o projecto com a ideia olha vamos crescer e ajudar tantas.
Não foi nada disso. Foi consoante as necessidades fomos tentando dar
resposta a estas mesmas necessidades”.
Hoje são os mais de 140 voluntários e muitas as empresas que
colaboram, desde a cedência de refeições confeccionadas, no caso do
Grupo Porto Bay, Ilhopan, Penha d’Águia, Sweet Side, a bens alimentares
das cadeias Pingo Doce e Continente; passando pelas embalagens que
permitem servir as mesmas na rua da Inocentro, os refrigerantes da
Empresa de Cervejas da Madeira, pela carrinha a primeira da MB Travel e a
mais recente pelo Porto Serra Golfe, e muito mais. Mas toda a ajuda não
é demais, pelo que quem quer ajudar, pode fazê-lo com géneros
alimentares, essencialmente, diz Sílvia Ferreira. “Nos recebemos muito,
mas também damos muito. Tudo aquilo que nós damos, só é fruto daquilo
que nós recebemos, confessou”.
Há cada vez mais famílias a precisar de ajuda, confirma a
coordenadora, olhando para os últimos três anos, lamentando que as
dificuldades se estendam agora também às da classe média. Quando
começaram, apoiavam entre 25/30 pessoas que estavam na rua. Actualmente
já estão a distribuir 70 a 80 refeições diárias no Mercado dos
Lavradores e apoiam mais de 350 famílias com cabazes mensais. “Estão a
aparecer famílias da classe média, que de um momento para o outro têm a
sua vida hipotecada, e que não sabem como gerir”, contou.
É porque este trabalho é valioso, que a Câmara do Funchal fez a sua
parte e cedeu o espaço. O ideal é que este não fosse preciso, nem que o
trabalho da CASA fosse necessário, disse a vereadora Mafalda Nunes.
* As ONG's deste país têm um trabalho de muito mérito no combate às agruras da exclusão social.
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