HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
FLA convicta da independência dos
. Açores dentro de dois anos
A Frente de Libertação dos Açores (FLA) manifestou esta
sexta-feira a convicção de que "dentro de dois anos" o arquipélago será
independente, alegando que se "aproximam momentos muito conturbados" e
os açorianos vão voltar "à rua".
“Aproximam-se momentos muito conturbados economicamente e socialmente
nos Açores e não vai levar mais do que dois anos. O povo vem para a rua
e será nesta altura precisamente que, antevejo, se os açorianos assim o
entenderem, se tiverem força, eles vão para a frente e Portugal vai dar
a independência aos Açores”, afirmou José Ventura, da FLA.
José Ventura, ex-líder do Partido Democrático do Atlântico (PDA),
falava numa conferência da FLA sobre o 06 de junho de 1975, quando uma
manifestação juntou 10 mil pessoas em Ponta Delgada, na sua maioria
lavradores, que se batiam por várias revindicações e contra o regime de
Lisboa.
"A independência não é contra Portugal, mas com Portugal. Nós não
temos nada contra o povo português, mas sim a quem comanda os destinos
deste pais", disse José Ventura, admitindo que “muitos açorianos e não
só” defendem a independência dos Açores embora "se abstenham de se
afirmarem como tal”.
José de Almeida, o líder histórico dos independentistas açorianos,
disse que o 06 de junho “é um património que não se pode perder”,
salientando que “a luta pela independência vai continuar a ser um
caminho”.
"Apesar do que possam dizer, apesar do que possam pensar, estarmos
aqui reunidos é uma manifestação de força. É uma manifestação de
definição a dizer nós somos açorianos e queremos ser e vamos ser
independentistas”, sublinhou.
José de Almeida admitiu que a FLA se sentiu "traída" neste percurso.
"Nós tivemos traidores, gente que sabotou o raciocínio dos açorianos a
caminho da independência", declarou, assegurando que "há gente que sabe
o que quer e que sabe que o melhor para os Açores é a independência".
Rui Medeiros, da FLA, salientou que o dia 06 de junho "continua cada
vez mais atual", criticando as "políticas económicas adotadas pelo poder
regional e o autismo político".
"Mais do que nunca necessitamos que os açorianos venham para a rua e,
num exercício de cidadania, lutem para que a sua vontade possa ser tida
em consideração", defendeu Rui Medeiros, para quem "o poder regional se
encontra completamente desorientado, sem projeto e agindo como uma mera
estrutura de gestão", um "impasse também extensivo à situação
económica".
* Quem ganha com esta leviandade?
.
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