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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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PS diz que PSD só recuou na
revisão constitucional depois
de posição de Seguro
O líder parlamentar do PS, Alberto Martins, atribuiu ao PSD a "manobra
dilatória" de apresentação de uma proposta de revisão constitucional
pelos deputados sociais-democratas da Madeira, afirmando que só foi
recusada depois de o líder socialista ter-se mostrado indisponível para
rever a Constituição.
"Temos consciência que esta proposta
do PSD só foi recusada pelo PSD nacional depois de o secretário-geral
do PS ter dito ontem não à revisão constitucional, [ter dito] não é
possível fazer-se uma revisão constitucional com quem governa contra a
Constituição, contra o estado de direito", afirmou Alberto Martins aos
jornalistas no parlamento.
O presidente da bancada socialista
considerou que se tratou de "uma manobra dilatória sem consistência,
proposta pelo PSD, insolitamente iniciada por alguns deputados do PSD
Madeira, mas contendo normas que não iludem ninguém".
"Quando vem na proposta a inscrição na Constituição da República de regras relativas ao défice orçamental, ninguém está a pensar que o doutor Alberto João Jardim se lembrasse desta proposta", sustentou.
Alberto
Martins reiterou "o PS não está disponível para estas manobras
dilatórias, que não são sérias", considerando que que a "iniciativa
morreu à nascença".
"O PSD e o Governo governam contra a
Constituição da República, o estado de direito e regras essenciais da
democracia. Agora parece que pretendem eliminar a Constituição da
República, extinguir o Tribunal Constitucional e pôr em causa valor
essenciais do regime democrático", sustentou.
O PSD demarcou-se
hoje da proposta de revisão da Constituição da República apresentada
pelos deputados sociais-democratas eleitos pela Madeira, por discordar
do seu conteúdo e do momento escolhido para a abertura do processo de revisão constitucional.
O vice-presidente da Comissão
Política Nacional do PSD e deputado José de Matos Correia afirmou que a
proposta entregue quarta-feira não foi concertada com a direção
nacional do partido, que a vê como "um ato normal" e "um exercício de um
direito", mas discorda de parte das propostas, a começar pela extinção
do Tribunal Constitucional e pelas "matérias de autonomia regional".
Matos Correia considerou que a proposta "é extemporânea", assinalando que, quando falta pouco mais de um ano para um ato eleitoral, "o tempo não é adequado para permitir os consensos que a revisão da Constituição exige".
A
proposta entregue quarta-feira pelos deputados do PSD eleitos pela
Madeira prevê a extinção do Tribunal Constitucional, a criação de uma
secção constitucional no Supremo Tribunal de Justiça, a possibilidade de submeter a referendo alterações à Lei Fundamental e a eliminação da fiscalização preventiva das leis.
Ao
nível regional, o projeto visa o reforço da autonomia, com um
"alargamento dos poderes da Assembleia Legislativa", a extinção da
figura do Representante da República, a possibilidade de existência de
partidos regionais e de apresentação de candidaturas independentes à
Assembleia da República e às Assembleias Legislativas.
* A hipocrisia é um espanto.
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