HOJE NO
"OBSERVADOR"
Imprensa britânica acusa Juncker
de ser “bêbado” e persegue família
do político no Luxemburgo
O The Sun apelidou-o de homem mais perigoso da Europa e disse
que o seu pai era nazi. Juncker deve chegar a presidente da Comissão,
mas antes teve de enfrentar uma campanha negra dos tablóides.
“Oportunista cruel”, “federalista primário” e “mentiroso
auto-proclamado” são apenas algumas das características que segundo o
The Sun fazem de Juncker o homem mais perigoso da Europa. É assim que a
imprensa sensacionalista do Reino Unido tem apresentado o candidato a presidente da Comissão
Europeia, acusando-o de ter problemas com o álcool –
fontes diplomáticas asseguram ao Daily Mail que o luxemburguês bebe
cognac ao pequeno almoço – e de, por isso mesmo, não ter capacidade para
liderar a Europa. O centro-direita europeu veio em seu auxílio e
considera esta campanha “vandalismo” contra o seu candidato.
Após ser conhecida a posição de Cameron contra a nomeação de Juncker,
os fotógrafos e jornalistas dos principais tablóides britânicos
aterraram no Luxemburgo, montaram acampamento à porta da casa
de familiares do ex-primeiro-ministro e questionaram vizinhos e amigos
sobre os podres da sua vida. “É bom prepararem-se para mais sordidez”
avisou Juncker numa reunião do PPE em Bruxelas no início de junho, mas
talvez não tivesse antecipado a campanha negra que se fez a seu respeito
no Reino Unido. A sogra e os cunhados do possível sucessor de Durão
Barroso chamaram mesmo a polícia depois dos paparazzi terem trepado as
cercas proteção da casa onde vivem em três ocasiões diferentes, contou Juncker ao Le Quotidien, jornal luxemburguês.
O The Sun, tablóide inglês e um dos jornais mais lidos no país, disse
que Juncker é o homem mais perigoso da Europa por entre outras coisas,
gostar de beber, nunca ter tido “um emprego de verdade”, querer um
exército europeu, pretender uma União Europeia alargada e estar a
preparar-se para “rever as medidas de combate ao crime organizado e à
corrupção”, confundindo assim argumentos políticos, com considerações da
vida pessoal e conotações do próprio jornal. Juncker é conhecido por
ser inconveniente e apesar de ser um político experiente, é muitas vezes apontado como o seu pior inimigo.
Uns dias mais tarde, o mesmo jornal acusou Juncker de ter laços
familiares ao regime nazi, divulgando que o seu padrasto denunciava
judeus no Luxemburgo ocupado e que o seu pai lutou ao lado das forças
alemãs. Esta acusação terá causado comoção no pai de Juncker, atualmente
com 90 anos, que terá sido obrigado a alistar-se aquando da invasão.
Viviane Reding, vice-presidente da Comissão e luxemburguesa, disse que
estas acusações “não são um trabalho de informação,
mas sim um trabalho malicioso”. “Isto é vandalismo. Estou enojada com
esta comparação que mostra uma ignorância absoluta sobre o Luxemburgo e
sobre a história europeia” defendeu Reding. O governo do Luxemburgo disse que a imprensa tinha “ultrapassado todas as marcas” e o PPE mostrou apoio a Juncker.
Com os esforços cada vez mais frustrados de Cameron para demover os
restantes líderes europeus do apoio a Juncker as acusações têm subido de
tom com o Daily Mail a insinuar que Juncker é alcoólico e tem aguentado
as reuniões ministeriais e europeias nos últimos 20 anos graças ao
consumo de bebidas alcoólicas e tabaco.
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Cognac ao pequeno-almoço e dois gins ao almoço
O Daily Mail publicou no fim-de-semana passado um artigo intitulado
“Um bêbado que bebe cognac ao pequeno-almoço” sobre Jean-Claude Juncker.
“Juncker e as suas bebedeiras são o segredo mais mal guardado de
Bruxelas. Ele é política e pessoalmente incompetente para dirigir a
União Europeia” disse um representante britânico a este tablóide. Uma
afirmação reforçada por um diplomata anónimo, também citado pelo mesmo
jornal, dizendo que “Juncker bebe cognac ao pequeno-almoço”.
Este interesse renovado na relação entre o ex-primeiro-ministro e as
bebidas alcoólicas – o próprio admite que gosta de beber e a sua bebida
favorita é cognac – veio depois de jornais conotados com os
conservadores de Cameron, como o The Times, publicarem uma notícia
baseada num relatório dos serviços secretos do Luxemburgo em que
Juncker é acusado de ser violento quando bebe. “No fim da noite,
chegámos ao seu escritório. Cheirava a tabaco e havia um odor alarmante
de alcool no ar. Ele levantou-se a cambalear e ficou ao da secretária,
Estava completamente bêbado” será o relato de André Kemmer, membro
do Serviço de Inteligência do Estado num relatório secreto divulgado nas
primeiras semanas de junho. Juncker terá sido verbalmente agressivo com
quem estava presente nessa reunião. Não se conhece a veracidade destes
documentos e destes relatos.
Após Jeroen Dijsselbloem, atual presidente do Eurogrupo ter dito em
no início do ano que bebida e tabaco durante as reuniões do Eurogrupo
eram coisas do seu predecessor, sendo citado pela Der Spiegel e pelo
Financial Times – onde acusam Juncker de beber vários gins tónicos à
hora de almoço -, Juncker veio publicamente dizer que não tem nenhum problema com o álcool, não é alcóolico e que as “acusações não são verdade”.
*A imprensa inglesa já se deu há muito a conhecer, o hoologanismo tablóide não é surpresa, conseguiram apelidar sordidamente a princesa Diana de puta, nada admira. Mas também é evidente que para esta campanha têm o apoio absoluto de Cameron, o "hooligan" em chefe.
Quanto a Junker vai ser-lhe impossível fazer pior que Durão Barroso.
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