HOJE NO
"PÚBLICO"
A nova sensação da Internet é um
drone da Marinha que fez “plof”
O ministro da Defesa estava lá para ver, mas nada correu bem na viagem inaugural do pequeno AR4 Light Ray.
Nos últimos dias foram notícia em Portugal o plano de cortes do Governo para 2015, a nova taxa que o Executivo quer impor sobre a chamada “comida de plástico” e a eliminação com estrondo do FC Porto
às mãos do Benfica na Taça de Portugal. Todas tiveram honras de citação
nalguma imprensa internacional. Todas e mais uma: a do novo drone
da Marinha portuguesa que falhou a viagem inaugural e se afundou —
igualmente com estrondo — nas águas do Tejo ao fim de dois segundos no
ar. O vídeo no YouTube que documenta o momento tornou-se rapidamente
viral e somou mais de 300 mil visualizações em poucas horas.
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Aconteceu na última quarta-feira,
durante uma visita do ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, à
Base Naval de Lisboa para a cerimónia que oficializou a entrega do
primeiro veículo aéreo não tripulado da empresa tecnológica Tekever à
Marinha portuguesa. Na primeira demonstração pública do AR4 Light Ray, contudo, nada saiu bem e a pequena aeronave caiu de nariz na água logo após ser lançada.
Foi erro humano, justificou a Marinha, provocado por um fuzileiro menos prudente que não evitou que o elevador de descolagem do drone batesse no seu corpo, o que desequilibrou a aeronave e a fez ir ao fundo.
Assim parece ter sido. É que à segunda tentativa tudo correu como previsto e um segundo vídeo entretanto partilhado pela Tekever na sua página de Facebook mostra as imagens captadas pelo pequeno AR4 Light Ray em pleno voo, na sua curta missão de reconhecimento sobre o Alfeite.
Aguiar-Branco
— acompanhado pelo chefe do Estado-Maior da Armada, Macieira Fragoso —
terá gostado do que viu e previu mesmo que o aparelho "vai ser altamente
eficaz nas missões que a Marinha tem de cumprir". Mas não passou ao
lado do incidente: "Isto justifica que é sempre necessário investir
muito no treino para que na hora certa as missões não falhem", observou o
ministro.
O drone comandado remotamente — que poderá ser
usado em missões de busca e salvamento, fiscalização das pescas e apoio
ao combate à poluição e à segurança marítima — não tem custos para a
Marinha e a sua cedência insere-se num plano de colaboração mais vasto
que prevê o desenvolvimento de vários projectos de I&D entre as duas
entidades. E nem sequer é a primeira parceria da empresa tecnológica
portuguesa com autoridades de segurança nacionais. Em finais de 2013, a Tekever foi também notícia pela venda, por cerca de 200 mil euros, de dois destes drones à PSP.
* Estamos desejosos que o governo imite o drone e faça "plof"
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