29/03/2014

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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"

Investigadores detetaram térmitas 
em seis das nove ilhas dos Açores

Há registo de infestação de térmitas em seis das nove ilhas açorianas, segundo dados de uma equipa da Universidade dos Açores (UAç) que investiga a praga há cerca de dez anos.
 
"A térmita da madeira seca está confirmada em praticamente todas as ilhas, menos Graciosa, Flores e Corvo", frisou, em declarações à Lusa, Paulo Borges, coordenador da equipa da UAç.

Segundo o docente, foi identificada ainda a térmita subterrânea americana na Praia da Vitória (ilha Terceira), a térmita subterrânea europeia na Horta (Faial) e a térmita da madeira viva em Ponta Delgada (São Miguel), Angra do Heroísmo (Terceira) e Horta.

"A Universidade dos Açores, desde 2004, que iniciou uma colaboração, primeiro com a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e depois com vários

departamentos do Governo [Regional] para desenvolver uma série de trabalhos que permitiram que hoje conheçamos de uma forma mais rigorosa a situação da distribuição das térmitas, do seu impacto e, em alguns casos, como lidar com o seu controle", frisou.

A equipa do Departamento de Ciências Agrárias da UAç, pretende erradicar, dentro de quatro a cinco anos, a térmita subterrânea existente no chamado bairro americano da Praia da Vitória, em colaboração com a autarquia e com o Governo Regional.

"Envolve a montagem de cerca de 300 armadilhas numa área onde foi identificada a térmita e durante dois anos a colocação de um veneno que as vai matar gradualmente. Esperamos que no terceiro, quarto e quinto ano só tenhamos de atacar pequenos focos, onde detetemos que não houve sucesso de erradicação", explicou.

No resto do arquipélago será mais difícil controlar a praga, mas, de acordo com o investigador, no início de 2015 estará disponível, em Angra do Heroísmo, um novo método, alternativo aos químicos, para erradicar térmitas em edifícios, numa parceria de uma empresa local com uma empresa austríaca.

"O método do calor, bem aplicado, é capaz de erradicar todos os seres vivos de uma área: térmitas, caruncho e tudo. É 100% mais eficaz do que o químico, a desvantagem é que no dia seguinte as estruturas ficam novamente expostas a novas entradas de insetos", frisou, explicando que é recomendado também um tratamento preventivo, com tintas próprias, por exemplo.

Segundo Paulo Borges, as térmitas devem ter chegado ao arquipélago através de móveis, paletes ou plantas envasadas.

A Universidade dos Açores continua a monitorizar a densidade das térmitas na região, processo que tem permitido descobrir a praga em novas áreas.

A população pode também, em caso de dúvida, recorrer a técnicas certificadas pelo Governo Regional e pela Universidade dos Açores, para verificação de presença de térmitas nas habitações.

* Na Madeira o caruncho é autóctone, nos Açores a térmita é importada.


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