HOJE N0
" DINHEIRO VIVO"
Noruega compra CTT e
aposta na dívida pública
Portugal voltou a estar no radar do maior fundo soberano do mundo. Além de ter reforçado a sua presença em várias empresas cotadas portuguesas, o fundo soberano da Noruega, gerido pelo Norges Bank, entrou no capital dos recém-cotados CTT e voltou a apostar na dívida pública portuguesa.
De acordo com os resultados de 2013 divulgados ontem, e comparando
com os dados do ano anterior, o megafundo reforçou a sua presença em 10
empresas cotadas portuguesas, reduziu a sua presença em igual número de
empresas, manteve a mesma percentagem de capital na Martifer e deixou de
constar da estrutura acionista da Brisa. A novidade está na entrada dos
CTT, Impresa e da Novabase na carteira de investimentos.
Deste
modo, o portfólio do fundo passou a contar com 24 empresas portuguesas
no final do ano passado, mais duas que há um ano Contas feitas, as
participações ascendiam a cerca de 800 milhões de euros no final de
2013. Um valor de mercado que, com a recuperação da Bolsa e a boa
performance das ações das cotadas portuguesas, ficou acima dos 704
milhões que valiam as participações no ano anterior.
Entre os
reforços do fundo soberano da Noruega estão cotadas como o BPI, Galp
Energia, Mota-Engil, Portugal Telecom - que em outubro passado anunciou a
sua fusão com a Oi - e a REN, na qual foi feito o maior investimento: o
Norges aumentou a sua participação em quase 1%. Em sentido inverso, o
fundo de pensões desinvestiu em empresas como a Zon - que concluiu a sua
fusão com a Optimus no ano passado -, Sonae, Jerónimo Martins ou a
‘família’ EDP. O sector financeiro também deixou de contar com o apoio
da Noruega, que reduziu a sua presença no capital de BES, BCP e Banif.
O
maior fundo soberano do mundo não quis deixar de participar na
privatização mais recente e, tal como fez o Financial Times, também
atribuiu o “selo de aprovação” aos CTT, passando a deter uma
participação de 0,3% avaliada em quase 2,3 milhões de euros no final do
ano passado. Além da empresa liderada por Francisco Lacerda, o megafundo
entrou no capital da Impresa e da Novabase, embora, nestes dois casos,
de uma forma mais tímida.
Outra das grandes novidades foi o
regresso da aposta em dívida pública portuguesa. Depois de, em 2012, ter
anulado a sua exposição a Portugal e se ter desfeito de todos os
títulos de dívida, o fundo soberano da Noruega fechou 2013 com uma
exposição de 52,4 milhões de euros à dívida pública nacional.
* Financeiramente uma boa notícia.
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