04/03/2014

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HOJE NO
  "RECORD"

Novo paradigma e financiamentos

O presidente da federação de remo navegou contra a corrente na abertura do Congresso Nacional Olímpico, organizado pelo Comité Olímpico de Portugal e a decorrer na Maia. Luis Ahrens Teixeira não pensa que a mudança de paradigma que é tema central do congresso – e que foi citada pelo próprio presidente do COP, José Manuel Constantino – esteja dependente de financiamentos do Estado. 

“O dinheiro é o problema mais fácil de resolver”, disse quem comparou as bolsas para os nossos atletas de alto nível com as de atletas de outros países. “Esteve cá recentemente um campeão olímpico norueguês que ficou surpreendido com o valor das nossas bolsas (1.200 euros/mês, é o máximo), pois representam três salários mínimos em Portugal, enquanto no seu país ele ganha uma bolsa que representa metade do salário mínimo norueguês”, revelou, convicto de que o segredo do sucesso “não está nos outros mas apenas em nós e no trabalho que desenvolvemos”.

O mote para o congresso foi lançado pelo catalão Joan Camuñas. “Ou mudamos ou desaparecemos”, afirmou sobre um modelo que passa pela sustentação da prática desportiva através do patrocínio estatal. O professor de Gestão Estratégica da Universidade Autónoma de Barcelona assinalou ainda alguns sinais de mudança, sendo um deles o fim de um direito desportivo autónomo e as federações “como autoridades absolutas”. Camuñas alertou ainda para os problemas de fidelização de adeptos. “Não os podemos ver como sócios mas sim como usuários que mudam se tiverem um serviço melhor e mais barato”, referiu .

Alerta para evitar deriva
O presidente do COP, José Manuel Constantino, entende que as federações devem passar “da gestão das circunstâncias para a mudança das circunstâncias, sob pena de nos arrastarem indefinidamente à deriva”. Conclui, por isso, que não haverá saída para federações e movimento olímpico “sem mudança de paradigma”, pedindo a todos para estarem “à altura” da história.

*  Será que o presidente da federação de remo tem a solução para o desporto nacional, venha ela?


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