24/02/2014

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HOJE NO
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Conselho Nacional.
 Passos paga o preço de 
ressuscitar Relvas

Lista do líder ao Conselho Nacional com pior resultado de sempre. Relvas não comenta e porta-voz do partido diz que ex-ministro "é um militante como todos os outros"

Não passou um ano desde que Miguel Relvas se demitiu do governo. Mas Passos Coelho não quis perder mais tempo e, no congresso deste fim-de-semana, trouxe de volta à vida interna do partido aquele que, até Abril de 2013, foi o seu braço-direito no executivo. Os congressistas não gostaram da surpresa e, no domingo, marcaram a votação das listas aos novos órgãos com o seu julgamento político - Passos sai do Coliseu dos Recreios com o seu pior resultado enquanto presidente do PSD.


A maioria absoluta que o líder social- -democrata tinha perdido há dois anos no Conselho Nacional esteve longe de ser recuperada. Relvas - que esteve ausente durante os três dias do congresso no Coliseu - recolhe, para Passos, apenas dezoito mandatos em 70 possíveis. Até à eleição de ontem, a direcção dispunha de 25 lugares, conseguidos graças à "lista de unidade" que Passos desenhou com Paulo Rangel em 2012. 

Ontem, os militantes concederam ao ex-ministro, que se demitiu devido às dúvidas sobre a sua licenciatura, 179 votos em 773 possíveis. A escassa votação na lista do líder do partido foi vista como uma punição à decisão de Passos convidar Relvas para a encabeçar e alguns dirigentes, que pediram o anonimato, expressaram ontem ao jornal "Público" a sua indignação com a escolha do presidente do partido. 

O porta-voz do PSD, Marco António Costa, justificou esta opção com o facto de Relvas ter sido um militante "sempre empenhado no trabalho do partido". "É um militante como todos os outros (...) O Conselho Nacional é um órgão que reúne várias vezes ao ano e ele, com a sua opinião, também poderá dar um contributo relativamente à estratégia e à vida do partido", relativizou o homem forte do PSD. Ao i, Miguel Relvas não quis fazer nenhum comentário sobre o seu regresso aos órgãos nacionais. 

NOVA DIRECÇÃO
Passos Coelho decidiu fazer mudanças na direcção do partido. Jorge Moreira da Silva, Marco António Costa, Teresa Leal Coelho e Pedro Pinto continuam como vice-presidentes. Os lugares de Manuel Luís Rodrigues e Nilza Sena são agora ocupados por Carlos Carreiras e José Matos Correia.
A lista para a Comissão Política Nacional do PSD obteve 660 votos dos congressistas (85% do total), com 74 militantes a votar em branco e 39 a verem os seus boletins serem considerados nulos. 

Na eleição da Comissão Política, o presidente do PSD conseguiu uma subida muito ténue no número de votos, com mais três boletins que aqueles recolhidos há dois anos. Mas, na verdade, o resultado absoluto revela que, também aqui, Passos perde terreno, uma vez que trazia da eleição de 2012 88% dos votos. Dois anos antes, o partido dera uma confiança de 87,2% ao presidente na sua primeira eleição. 

Jurisdição mantém-se  
Confrontado com a gestão do dossiê das expulsões que resultou das autárquicas de Setembro, Calvão da Silva tem sido umas das figuras de destaque no PSD nos últimos meses. Passos deu um sinal de confiança ao presidente do Conselho de Jurisdição Nacional e propôs a sua recondução no cargo. Na votação, 281 militantes atribuíram-lhe o seu voto, conquistando, com isso, quatro dos nove lugares disponíveis.

 Miguel Bettencourt e Paulo Colaço conseguiram, cada um, dois lugares naquele órgão, e Ricardo Bastos Sousa ficou com a última posição, ao receber 93 votos. Para encabeçar o Conselho Nacional de Auditoria Financeira, a escolha de Passos Coelho recaiu em Pedro Reis, eleito com 672 votos em 773 possíveis. 

* Passos Coelho está na curva descendente, chefe de Governo e com este resultado no partido é  derrota  significativa.

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