HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Lapas dos Açores são "surpreendente"
. ecossistema com 190 espécies diferentes
Um estudo do Centro de Investigação em Recursos Naturais (CIRN)
da Universidade dos Açores revela que as lapas da região são um
"surpreendente" ecossistema com 190 espécies diferentes.
Em declarações à Lusa, Gustavo Martins, um dos investigadores do
estudo "PatelGene - Estrutura Genética das Lapas no Arquipélago dos
Açores", que analisou um total de 707 conchas de lapa (Patella aspera)
recolhidas em todas as ilhas do arquipélago, refere existirem "uns
surpreendentes" 190 registos de espécies diferentes, sobretudo algas.
"Tendo em conta a flora registada nos Açores, é surpreendente como tantas espécies são encontradas num 'habitat' tão pequeno, indicando que é um micro 'habitat' importante para a diversidade algal dos Açores", disse o investigador do Departamento de Biologia da universidade açoriana.
Gustavo Martins destaca ainda que, das 190 espécies que "habitam" nas lapas, "dezassete foram registos novos, nunca antes encontrados nos Açores".
"Já sabíamos, à partida, que a lapa, sendo um herbívoro, tinha um papel importante nas estruturas das comunidades, mas desconhecíamos este papel de fornecer 'habitat' para uma série de outros organismos", reforçou o membro da equipa de invetsigadores, que integra ainda Ana Neto, Nuno Álvaro e João Faria.
O investigador sublinha por isso o papel "regulador" da lapa no controle de algas e na "fixação" de outros organismos, dando o exemplo da pequena craca Chthamalus stellatus.
"A lapa, ao controlar a abundância das algas, permite limpar a rocha e permite a fixação de outros organismos, nomeadamente das cracas pequenas".
A investigação, que aguarda revisão para publicação no Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, quis ainda apurar as implicações para a conservação e designação de áreas marinhas protegidas.
"Verificámos, em estudos feitos, que em algumas ilhas onde a exploração de lapas é mais intensa existem alterações ao nível do ecossistema: uma diminuição da abundância das cracas e um aumento da cobertura algal", disse.
Por isso, o projeto da academia açoriana contempla ainda um outro estudo, financiado pelo Fundo Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, para avaliar a "gestão sustentável" dos 'stocks' de abalone, mais conhecida por lapa-burra, pela qual, diz o investigador, existe um "interesse crescente" apesar do pouco conhecimento sobre a mesma.
"É altura ideal para começarmos a fazer um estudo antes de os 'stocks' estarem explorados", sustentou Gustavo Martins, alertando que as espécies de lapas de maior exploração comercial não estão "suficientemente protegidas", quer devido a uma "forte cultura piscatória local", como à "falta de fiscalização", dando a ilha de São Miguel como exemplo onde tal se verifica.
Nos Açores existem duas espécies de lapas, a Patella aspera e a Patella candei, mais conhecidas por lapa-brava e lapa-mansa, que só existem nas regiões macaronésicas.
* Estudo importante para protecção da biodiversidade que não pode ser uma palavra vã.
"Tendo em conta a flora registada nos Açores, é surpreendente como tantas espécies são encontradas num 'habitat' tão pequeno, indicando que é um micro 'habitat' importante para a diversidade algal dos Açores", disse o investigador do Departamento de Biologia da universidade açoriana.
Gustavo Martins destaca ainda que, das 190 espécies que "habitam" nas lapas, "dezassete foram registos novos, nunca antes encontrados nos Açores".
"Já sabíamos, à partida, que a lapa, sendo um herbívoro, tinha um papel importante nas estruturas das comunidades, mas desconhecíamos este papel de fornecer 'habitat' para uma série de outros organismos", reforçou o membro da equipa de invetsigadores, que integra ainda Ana Neto, Nuno Álvaro e João Faria.
O investigador sublinha por isso o papel "regulador" da lapa no controle de algas e na "fixação" de outros organismos, dando o exemplo da pequena craca Chthamalus stellatus.
"A lapa, ao controlar a abundância das algas, permite limpar a rocha e permite a fixação de outros organismos, nomeadamente das cracas pequenas".
A investigação, que aguarda revisão para publicação no Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, quis ainda apurar as implicações para a conservação e designação de áreas marinhas protegidas.
"Verificámos, em estudos feitos, que em algumas ilhas onde a exploração de lapas é mais intensa existem alterações ao nível do ecossistema: uma diminuição da abundância das cracas e um aumento da cobertura algal", disse.
Por isso, o projeto da academia açoriana contempla ainda um outro estudo, financiado pelo Fundo Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, para avaliar a "gestão sustentável" dos 'stocks' de abalone, mais conhecida por lapa-burra, pela qual, diz o investigador, existe um "interesse crescente" apesar do pouco conhecimento sobre a mesma.
"É altura ideal para começarmos a fazer um estudo antes de os 'stocks' estarem explorados", sustentou Gustavo Martins, alertando que as espécies de lapas de maior exploração comercial não estão "suficientemente protegidas", quer devido a uma "forte cultura piscatória local", como à "falta de fiscalização", dando a ilha de São Miguel como exemplo onde tal se verifica.
Nos Açores existem duas espécies de lapas, a Patella aspera e a Patella candei, mais conhecidas por lapa-brava e lapa-mansa, que só existem nas regiões macaronésicas.
* Estudo importante para protecção da biodiversidade que não pode ser uma palavra vã.
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