HOJE N0
" DINHEIRO VIVO"
PT “enfrenta desafios”
para receber os lucros de Angola
A Portugal Telecom quer que a angolana Unitel liberte os 245,7 milhões de euros de dividendos em falta desde 2011. “Enfrentamos desafios para obter o pagamento de dividendos da Unitel e exercer os nossos direitos enquanto acionistas ”, afirma Henrique Granadeiro, chairman e CEO da PT, à Reuters.
Os mais de 200 milhões de euros que a PT reclama de dividendos da
Unitel - onde detém uma participação de 25% e tem como sócia de Isabel
dos Santos, com quem concorre em Portugal - é um dos fatores de risco
para a fusão entre a PT e a brasileira Oi, ontem dados a conhecer ao
mercado. “Não quero valorizar ou desvalorizar os risk factors agora
tornados públicos”, diz Granadeiro.
“Pessoalmente acredito que
alguns dos riscos identificados me parecem improváveis.” Granadeiro diz
estar “firmemente”convencido da flexibilidade financeira da Unitel para
continuar a pagar os dividendos. Contudo, adianta, “não tenho dúvidas
que a PT, como acionista da Unitel, vai receber o que já foi aprovado
nas respetivas AG.”
Granadeiro lembra uma recente entrevista do
presidente de Angola à SIC. “O senhor Presidente José Eduardo dos Santos
afirmou que Angola, como país, se quer afirmar no palco internacional.
Eu não podia estar mais de acordo. Angola como Estado de direito tem
todas as condições para ser um ator relevante no xadrez mundial”, diz.
“E é perfeitamente normal que uma empresa portuguesa esteja em Angola e
uma empresa angolana esteja em Portugal. Isto acontece, entre outros, no
sector das telecomunicações. É uma questão de reciprocidade.”
As
declarações do chairman da PT surgem no mesmo dia em que a operadora
convocou os obrigacionistas para uma Assembleia Geral para autorizar a
fusão com a Oi. A 3 de março os detentores de obrigações da PT - de uma
emissão de 750 milhões de euros com maturidade em 2014 e de uma de 400
milhões com maturidade em 2016 - vão votar a fusão e a integração das
obrigações, até aqui garantidas pela PT e PT International Finance, na
PT Portugal, que se irá fundir com a Oi. Henrique Granadeiro mostra-se
confiante que irá obter luz verde à operação, dado o “atrativo consent
fee” que está a ser oferecido.
Este é, de resto, um passo decisivo
para que a fusão avance e para que, tal como previsto, a Oi faça o
aumento de capital. Este será feito através da integração dos ativos da
PT Portugal, bem como em dinheiro. O que poderá acontecer já em abril,
segundo o memorando ontem disponibilizado aos obrigacionistas.
Em
termos de captação de investimento no mercado, a operadora brasileira
poderá já ter o investimento de até 2,4 mil milhões de euros (até oito
milhões de reais) assegurado. Segundo o Folha de São Paulo, a Oi acordou
com um sindicato de 12 bancos, entre os quais os portugueses BES e CGD,
a captação desse capital no mercado. Um acordo que, segundo o jornal,
implica que se os bancos não conseguirem atrair a totalidade do capital
combinado, cada banco terá de desembolsar a diferença, tornando-se
acionista na proporção do seu peso no sindicato. O que significa que o
aumento de capital está garantido.
O BES (acionista de referência
da PT), Crédit Suisse, Merrill Lynch, Barclays e BTG Pactual, que
lidera o sindicato de bancos, estão entre o lote de bancos que se
comprometeram a captar mais recursos, em torno de 12% do total cada um.
Um segundo grupo, onde está a Caixa, garante uma tranche mais pequena.
Com a Caixa estão também o Itaú, Bradesco, Citibank, Santander,
Votorantim e Banco do Brasil.
* Esperar que o Zedu abra mão de 245 milhões de euros, é melhor sentarem-se srs. administradores da PT.
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