HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
"Bombeiro" é a "palavra do ano" 2013
A palavra do ano de 2013 é "bombeiro", que obteve cerca de metade dos
votos de 15.000 cibernautas, foi hoje anunciado na Biblioteca José
Saramago, em Loures, pela Porto Editora, que organizou a iniciativa.
"Bombeiro" fazia parte de uma lista
de dez palavras, escolhidas pela equipa de linguistas do Departamento
de Dicionários daquela editora, sujeita a votação "on-line" de 02 a 31
de dezembro, e obteve 48% dos votos.
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A lista das dez palavras foi
feita "com base em critérios de frequência de uso e de relevância
assumida, quer através dos meios de comunicação social e das redes
sociais, quer da utilização dos dicionários da Porto Editora, nas suas
versões online e mobile", explicou à Lusa fonte da Porto Editora.
A
escolha do vocábulo "bombeiro" foi justificado pela Porto Editora pelo
facto de, no último verão, os bombeiros portugueses "terem demonstrado
uma enorme coragem no combate aos violentos incêndios que destruíram
florestas e roubaram vidas".
No ano passado, registou-se em
Portugal a maior área ardida desde 2005. Segundo o Instituto da
Conservação da Natureza e das Florestas, os incêndios consumiram 145.385
hectares, mais 31,8 por cento do que em 2012. No combate às chamas
morreram oito bombeiros e, dos 15.000 cibernautas que participaram na
votação, 48% escolheu "bombeiro" como a "palavra do ano".
No
segundo lugar da lista, com 17%, ficou a palavra "irrevogável", que foi
como o ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas definiu a sua
demissão do Governo, que não se concretizou, sendo atualmente
vice-primeiro-ministro.
Com 10%, no terceiro lugar da votação,
ficou a palavra "inconstitucional", cujo uso se incrementou devido aos
"chumbos" do Tribunal Constitucional a várias medidas apresentadas pelo
executivo em funções.
Todas as restantes palavras da lista ficaram abaixo da fasquia dos 10%.
"Grandolada"
que, segundo a editora, "surgiu como uma ação de protesto contra a
austeridade e o Governo, e se afirmou como tal pela sua originalidade",
recolheu 08% dos votos, seguindo-se, com 06%, "papa", uma palavra que
foi escolhida pela eleição em março passado do cardeal argentino Jorge
Bergoglio para liderar a Igreja Católica.
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O eclesiástico é o
primeiro sul-americano e o primeiro jesuíta a sentar-se na cadeira de S.
Pedro, tendo tomado o nome de Francisco, numa alusão a S. Francisco de
Assis.
Seguem-se, com 03% dos votos, cada, as palavras
"pós-troika" e "swap". O previsto fim da intervenção da troika em
Portugal em meados deste ano levou a "tanto se falar do pós-troika",
justificou a Porto Editora, e, quanto a "swap", "apesar de ser uma
palavra estrangeira e da sua especificidade, o vocábulo entrou nas
conversas dos portugueses por causa das notícias sobre esse tipo de
contratos", segundo a mesma fonte.
Com apenas 02% dos votos, cada, ficaram os vocábulos "coadoção", "corrida" e "piropo".
Segundo
a editora, a coadoção por casais do mesmo sexo foi no ano passado alvo
de discussão, enquanto "as corridas entraram na rotina de cada vez mais
portugueses, que participam em número crescente nas muitas provas", e
"piropo", é um ato visto por alguns como galanteio e entendido por
outros como assédio verbal, tendo sido "um tema que foi debatido por
vários setores da sociedade".
"Bombeiro" como "palavra do ano"
sucede a "entroikado", vocábulo eleito no ano passado.
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Anteriormente, em
2011, "austeridade" foi a palavra escolhida. Em 2010, no ambiente do
Campeonato Mundial de Futebol, disputado na República da África do Sul, a
palavra escolhida foi "vuvuzela", e, em 2009, quando a iniciativa da
Porto Editora se realizou pela primeira vez, a "palavra do ano" foi
"esmiuçar", um termo muito divulgado então por um programa televisivo.
A
Porto Editora, a celebrar 70 anos de existência, tem uma componente
histórica de especialização na área dos dicionários e da lexicografia.
* E que palavra, bombeiro significa louca abnegação.
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