HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Ministério não se compromete a revelar
. restante relatório sobre incêndios
O Ministro da Administração Interna disse, esta sexta-feira, que ainda
quer "reler" a segunda parte do relatório sobre os incêndios florestais
de 2013, não se comprometendo com a sua divulgação pública como
aconteceu com o restante documento.
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"Já li, mas ainda quero reler. E
como as consequências dessa segunda parte podem ter uma natureza
completamente diferente daquele que foi publicado, essa ponderação tem
de ser muito bem feita", disse Miguel Macedo, à margem de uma visita
oficial a Arcos de Valdevez.
Na primeira parte do relatório encomendado pelo Ministério da
Administração Interna (MAI), a equipa do investigador Xavier Viegas, da
Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra, sublinha, entre outros
aspetos, que os bombeiros devem ter formação "em especial em situações
extremas".
Essa parte do documento foi tornado público pelo Governo a 23 de
dezembro e acentua que mais formação permitirá aos bombeiros "assegurar
uma boa avaliação das condições de perigo e do cumprimento dos
procedimentos de segurança no combate ao fogo".
Serão retiradas "consequências"
Sobre o restante documento, Miguel Macedo diz que "deve haver sensatez e
ponderação", além de "calma" na sua análise, escusando-se a especificar
a "natureza" dessas conclusões, que envolvem incêndios em que morreram
onze pessoas, oito das quais bombeiros, em 2013.
"Tem uma sensibilidade, até do domínio pessoal, diferente também.
Portanto, julgo que tem de ser tratado de uma forma também diferente da
primeira parte do relatório", admitiu o ministro, sem se comprometer com
a divulgação pública do documento.
Sobre as restantes "conclusões e recomendações" do relatório elaborado
pelo Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais, já conhecidas, Miguel
Macedo garante que serão retiradas "consequências".
Desde logo na preparação do próximo dispositivo de combate, mas também
no "ajustamento legislativo" ou em termos de formação dos bombeiros.
"Os Grandes Incêndios Florestais e os Acidentes Mortais Ocorridos em
2013 - Parte 1" identifica ainda a necessidade de sensibilidade dos
cidadãos para evitar situações de risco, "nomeadamente trabalhos
agrícolas, florestais ou outros e, muito em especial, o uso do fogo, em
dias de risco elevado, a fim de se reduzir o número de ignições".
Refere também que é necessário agir "no sentido de envolver mais a
população na vigilância, proteção e autodefesa, dotando as pessoas com
formação e recursos adequados a este fim", assim como melhorar o uso "da
previsão meteorológica à escala local" e do "planeamento da estratégia
geral de combate, incorporando elementos sobre a previsão do
comportamento do fogo".
A análise feita recomenda igualmente que é preciso melhorar "a
integração e articulação de todas as entidades envolvidas no sistema
nacional de defesa da floresta contra os incêndios, quer no âmbito
nacional, quer no local, promovendo ações e medidas de interligação
entre os recursos locais e os provenientes de outras áreas, para
melhorar a eficácia das ações".
* Um ministro dum governo decente tem de ser claro, não congemina mistérios ou fábulas, este ministro é o primeiro responsável pela área ardida, porque durante um ano não preparou a defesa da floresta.
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