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Parlamento aprova criminalização dos
. maus-tratos a animais domésticos
O Parlamento aprovou esta sexta-feira um projeto de lei do PSD que
criminaliza os maus-tratos a animais de companhia e um diploma
apresentado pelo PS para um regime sancionatório, que também alarga os
direitos das associações zoófilas.
A votação destas iniciativas legislativas dividiu a bancada
do CDS-PP, que teve liberdade de voto sem que tivesse sido definida uma
posição oficial, conforme explicou o líder parlamentar centrista, Nuno
Magalhães.
O projeto de lei do PS foi aprovado com os votos a
favor do PS, do BE, do PEV e do deputado do CDS-PP João Rebelo, os votos
contra dos deputados do CDS-PP Raul Almeida, Margarida Neto, Abel
Baptista e José Lino Ramos, e a abstenção do PSD, do PCP e dos restantes
deputados do CDS-PP.
O projeto de lei do PSD foi aprovado com os
votos favoráveis do PSD, do PS, do BE, do PEV e do deputado do CDS-PP
João Rebelo, os votos contra dos deputados centristas Raul Almeida,
Margarida Neto, Abel Baptista e José Lino Ramos, as abstenções do PCP e
dos deputados do CDS-PP Nuno Magalhães, Artur Rego, Michael Seufert,
Cecília Meireles e Isabel Galriça Neto.
Na discussão das
iniciativas legislativas, o deputado do PSD Cristóvão Norte considerou
que o projeto de lei apresentado pelos sociais-democratas "faz história
no avanço da proteção dos animais em Portugal", abrindo um "novo
paradigma civilizacional".
O deputado destacou não só o aspeto
"dissuasor" e o "efeito pedagógico" da criminalização dos maus-tratos a
animais de companhia, mas também do "simbolismo" desse estabelecimento
no código penal, que desenha "as traves mestras do edifício jurídico
português".
O deputado do PS Pedro Delgado Alves considerou que as
iniciativas legislativas "não dispensam outro trabalho" na área da
proteção dos animais, mas são "um passo em frente".
O deputado do
CDS-PP João Rebelo referiu que este debate "está longe de encerrar
soluções jurídicas consensuais e sólidas" e "não é consensual" dentro
dos partidos, mas apontou para soluções de proteção dos animais que
passam pelas Constituições, como na Suíça, na Alemanha, e no Brasil.
O
deputado Miguel Tiago manifestou a disponibilidade do PCP para discutir
e legislar em matérias como as condições dos animais em espetáculos e
parques zoológicos e a eutanásia de animais, mas justificou a
discordância dos comunistas relativamente à criminalização dos maus
tratos, considerando que "a tipologia do crime é vaga em alguns aspetos e
dificilmente poderá corresponder a uma solução que passe por pena de
prisão".
O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, sublinhou
que o âmbito dos projetos de lei não esgota a petição apresentada pela
associação Animal, e declarou o compromisso "de corpo e alma" dos
bloquistas em iniciar já na especialidade um trabalho de aprofundamento
da proteção dos direitos dos animais, defendo uma lei de proteção animal
mais vasta, que não abranja apenas os animais domésticos.
A
deputada do PEV Heloísa Apolónia alertou que sem fiscalização e meios
para que se realize "não servirá de muito ter legislação que depois não é
aplicada", apontando para a miríade de entidades públicas pelas quais
os deveres de fiscalização se dispersam e anunciou uma iniciativa
legislativa para combater essa dispersão.
* Quem trata mal animais trata de igual modo pessoas, não há diferença.
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