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Quase 30% deixa de comer algum alimento essencial por falta de dinheiro
Quase três em cada 10 pessoas inquiridas num estudo da Direção-Geral da
Saúde assumiu ter deixado de consumir algum alimento considerado
essencial por dificuldades económicas, segundo dados recolhidos em 2012.
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Para compreender de que forma a crise económica e financeira
poderia estar a afetar a saúde e escolhas alimentares dos portugueses, a
Direção-Geral da Saúde (DGS) realizou um inquérito, através dos centros
de saúde, a mais de 1.200 pessoas.
Segundo os resultados
apresentados esta sexta-feira por Paulo Nogueira, responsável da DGS,
28,6% dos agregados familiares indicaram ter alterado o consumo de algum
alimento essencial, nos últimos três anos, devido a dificuldades
económicas.
Da amostra, quase 350 pessoas confirmaram esta
alteração na sua vida alimentar e outras 845 pessoas disseram não se ter
deixado de comer algo fundamental por falta de dinheiro.
Segundo o
estudo da DGS, menos de metade das pessoas inquiridas em 2011 e em 2012
disse sentir algum tipo de insegurança alimentar, com apenas menos de
8% a indicarem uma insegurança alimentar grave, que pode corresponder a
situações de fome ou privação.
Apesar de a maioria das pessoas não
se queixar da falta de dinheiro para comprar os alimentos que deseja,
26% das pessoas dizem não poder adquirir os produtos que queriam
consumir.
Dos dados do inquérito, Paulo Nogueira sublinhou que os
fatores socioeconómicos, o grau de instrução e a situação de emprego
parecem influenciar fortemente a disponibilidade de alimentos protetores
para a saúde.
Do mesmo modo, parecem ser as pessoas obesas que indicam uma maior insegurança alimentar moderada e grave.
Aliás,
o coordenador do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação
Saudável tinha destacado recentemente que os dados portugueses mostram
que quando o rendimento familiar diminuiu, a obesidade tende a aumentar.
Uma
das explicações pode ser o facto de os alimentos que fornecem grandes
quantidades de energia a custo baixo serem mais acessíveis e,
paralelamente, terem a indústria alimentar que potencia o seu consumo
através da publicidade.
Os dados da DGS agora divulgados permitem
também perceber que nos anos avaliados (2011, 2012 e 2013 ainda em
avaliação) não tem havido oscilações significativas no acesso aos
alimentos por parte dos portugueses.
* Esta é a situação em que os políticos que se entretêm a escrevinhar sentenças colocaram os portugueses, uns desavergonhados.
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