HOJE NO
"PÚBLICO"
Presidente dos politécnicos diz que
prova de avaliação dos professores
. descredibiliza as instituições formadoras
Joaquim Mourato, que preside ao Conselho Coordenador dos
Institutos Superiores Politécnicos, levanta a questão da justificação e
da legitimidade da prova a que o Ministério da Educação e Ciência vai
sujeitar professores do pré-escolar, básico e secundário.
Num momento que se multiplicam as propostas de manifestações contra a
prova de acesso à profissão para professores sem vínculo à função
pública, Joaquim Mourato, que preside ao Conselho Coordenador dos
Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), considerou nesta
segunda-feira “muito estranho” que o Governo avance com uma iniciativa
que “descredibiliza as instituições formadoras e a própria Agência de
Avaliação e Acreditação do Ensino Superior sem que, aparentemente,
exista um estudo que identifique problemas no processo formativo”.
Em declarações ao PÚBLICO,
Joaquim Mourato disse ter estado nesta segunda-feira a debater
internamente, no Instituto Superior Politécnico de Portalegre (ISPP), a
que preside, “a necessidade de tomar uma posição institucional” sobre a
prova de avaliação de conhecimentos e de capacidades que terá de ser
feita por todos os professores que quiserem candidatar-se a dar aulas no
próximo ano lectivo. “Iremos fazê-lo esta semana, a nível do ISPP e, na
próxima, apresentarei a questão aos restantes membros do CCISP, que
eventualmente quererão, também, pronunciar-se sobre o assunto”, disse.
Mourato
afirmou que depois da publicação do despacho do Ministério da Educação e
Ciência - que marca a primeira parte da prova, comum a todos os
professores, para 18 de Dezembro – "já" tem “dificuldade em acreditar
que o CISSP seja ouvido”.
“A formação não está a responder às
exigências? Em que medida e em que aspectos? Como é que isso foi
demonstrado? E como pode uma prova que concede habilitações para a
docência ter efeitos retroactivos, pondo em causa as expectativas
legítimas de formandos e professores? Para além disso, de que tipo de
prova se trata e como é que pode ser feita à margem das instituições que
formam os docentes e que estão acreditadas para tal?” questionou.
O
envio em massa de e-mails aos presidentes dos ISP e aos reitores das
universidades, pedindo que se pronunciem sobre a questão é precisamente
uma das manifestações propostas nas redes sociais. Mas há outras,
lançadas este fim-de-semana, de forma aparentemente espontânea, por
elementos de grupos de professores.
No Facebook circulam um apelo à
concentração, nesta terça-feira, na Assembleia da República, onde se
desloca o ministro da Educação; uma convocatória para uma manifestação
contra a prova no próximo sábado, dia 16, e um convite para a formação
de um cordão humano em torno das escolas, a 18 de Dezembro. Continuam os
apelos ao boicote à prova e há quem se proponha produzir t-shirts
pretas com frases alusivas ao preço de inscrição (20 euros).
Tanto
os dirigentes da Associação Nacional de Professores Contratados (ANVPC)
como os da Federação Nacional de Professores (Fenprof) e da Federação
Nacional de Educação (FNE), que contestam a realização da prova, se têm
mantido à margem das propostas mais radicais. Todos se dizem convictos
de que a prova é ilegal e de que não se chegará a realizar devido à
intervenção dos tribunais.
* Temos um governo "legal" que aposta no ilegal.
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