HOJE NO
"PÚBLICO"
Moreira da Silva diz que todos os ministros devem ler relatório do IPCC
Governante afirma que documento agora divulgado deveria ser "inspirador" de uma nova liderança europeia na área climática.
O relatório divulgado esta sexta-feira pelo Painel
Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em
inglês) deve ser lido por todos os ministros de todos os governos, disse
ao PÚBLICO o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e da
Energia, Jorge Moreira a Silva.
“Este
relatório é publicado num momento decisivo”, afirma Moreira da Silva.
Em Novembro, a comunidade internacional reúne-se em Varsóvia, Polónia,
para uma conferência climática das Nações Unidas, em mais um elo para
que se chegue a um novo tratado, até ao final de 2015, que substitua o
Protocolo de Quioto.
Além disso, a própria União Europeia
está a discutir neste momento a sua nova estratégia de médio prazo, para
2030, na área das emissões de carbono, da eficiência energética e das
energias renováveis.
“É importante recordar que foi precisamente
depois do último relatório do IPCC [em 2007] que a União Europeia partiu
para uma política integrada para o clima e energia”, diz Moreira da
Silva. O resultado foram as metas 20-20-20 – 20% de redução de emissões,
20% de energias renováveis e 20% a menos no consumo eléctrico por via
da eficiência energética até 2020. Segundo o ministro, o relatório agora
divulgado deveria ser “inspirador” de uma nova liderança da UE nesta
área.
A síntese apresentada esta sexta-feira
pelo IPCC diz que o aquecimento da Terra é “inequívoco” e que o maior
responsável são as actividades humanas. O termómetro global continuará a
subir, assim como o nível do mar, provocando alterações profundas no
sistema climático.
“Este relatório é destinado a toda a sociedade,
a todos os governos e, dentro dos governos, a todos os seus membros, e
não apenas aos ministros do Ambiente”, refere Jorge Moreira da Silva.
Questionado pelo PÚBLICO se levaria as conclusões do IPCC ao próximo
Conselho de Ministros, Moreira da Silva respondeu: “O Governo tem um
compromisso firme com as metas para as emissões de CO2, para eficiência
energética e para as renováveis.”
A junção do ambiente e da
energia num mesmo ministério foi uma medida neste sentido, assegura o
ministro. “A crise económica não deve servir de desculpa para adiarmos
ou hesitarmos no combate às alterações climáticas”, acrescenta.
O
ministro reconhece que este quinto relatório de avaliação do IPCC não
traz grandes novidades estruturais, mas afirma que tem a grande vantagem
de consolidar o quarto relatório, que há sete anos concluiu que
a responsabilidade do aquecimento global recente é humana.
Além disso, o documento reafirma a solidez científica do IPCC, depois da crise de confiança por
que esta organização tem passado. “É indispensável que o IPCC continue a
publicar relatórios como este, da forma como são publicados”, entende
Moreira da Silva, referindo o facto de aquela organização funcionar em
moldes específicos, com base numa vasta rede de cientistas e sem o peso
de outras estruturas das Nações Unidas. “As críticas ao IPCC resultam da
própria qualidade que o IPCC tem”, diz. "Se não existissem, o IPCC
teria menos problemas, mas daria menos garantias de qualidade”, conclui.
* Há cientistas que contestam a teoria do aquecimento, como somos pouco conhecedores e sem formação científica, vamos estando atentos ao que se diz por aí.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário