22/06/2013

MARGARIDA BOTELHO

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Está na hora

Dois anos de Governo do PSD e do CDS, dois anos de aplicação do memorando das troikas e os factos estão à vista: um milhão e meio de desempregados, os salários reais diminuíram 9,2%, o consumo das famílias caiu 10%, 250 mil portugueses foram obrigados a emigrar, os serviços públicos degradam-se a olhos vistos.

Tudo em nome do combate à dívida e ao défice, que também só pioram: o produto interno bruto caiu 5,5%, a dívida pública não pára de aumentar – são 202 mil milhões, mais 48 mil milhões em dois anos. O novo pacote de medidas é mais do mesmo: alargamento do horário de trabalho, aumento da idade da reforma, novos cortes nas pensões, reformas e salários, menos educação e saúde, menos protecção social, despedimentos de dezenas de milhar de trabalhadores da administração pública.

O Governo, o Presidente da República e os poucos que ainda os apoiam tentam disfarçar a realidade, anunciando melhorias que não se vislumbram, falando do “pós-troika”, prometendo retomas em que ninguém acredita.

Mas é cada vez mais óbvio para milhões de portugueses que o chamado “memorando de entendimento” não passa de um plano para explorar o país e empobrecer o povo, entregando cada cêntimo roubado a cada português à banca e ao grande capital. Só em juros, este ano, o Governo prevê entregar-lhes 8 mil milhões de euros.

Este é o tempo da luta contra todas e cada uma das medidas que o Governo anuncia. Tem sido assim por todo o país: os professores em defesa da escola pública, como vimos esta segunda-feira; os trabalhadores dos CTT contra os encerramentos de estações e a privatização; o sector dos transportes pelo direito à mobilidade; estudantes, artistas, agricultores, população – o protesto contra o Governo é ensurdecedor.

Este é o tempo de aderir à greve geral de 27 de Junho. Para pôr fim à vaga de terrorismo social, rejeitar o pacto das troikas, demitir o Governo, exigir eleições antecipadas.

Este é o tempo de fazer de dia 27 um dia de protesto geral, fazendo greve, participando nos piquetes à porta das empresas e locais de trabalho, marcando presença nas dezenas de acções de rua que estão previstas para todo o país.

É dia de mostrar que este povo tem a unidade e a força suficientes para derrotar esta política e este Governo. Não é possível vencer um povo inteiro, unido e determinado em defender uma vida digna, um país soberano, um futuro.

Membro da Comissão Política do Comité Central do PCP

IN "PÚBLICO"
18/06/13

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