Está na hora
Dois anos de Governo do PSD e do CDS, dois anos de aplicação do memorando das troikas
e os factos estão à vista: um milhão e meio de desempregados, os
salários reais diminuíram 9,2%, o consumo das famílias caiu 10%, 250 mil
portugueses foram obrigados a emigrar, os serviços públicos degradam-se
a olhos vistos.
Tudo em nome do combate à
dívida e ao défice, que também só pioram: o produto interno bruto caiu
5,5%, a dívida pública não pára de aumentar – são 202 mil milhões, mais
48 mil milhões em dois anos. O novo pacote de medidas é mais do mesmo:
alargamento do horário de trabalho, aumento da idade da reforma, novos
cortes nas pensões, reformas e salários, menos educação e saúde, menos
protecção social, despedimentos de dezenas de milhar de trabalhadores da
administração pública.
O Governo, o Presidente da República e os
poucos que ainda os apoiam tentam disfarçar a realidade, anunciando
melhorias que não se vislumbram, falando do “pós-troika”, prometendo retomas em que ninguém acredita.
Mas
é cada vez mais óbvio para milhões de portugueses que o chamado
“memorando de entendimento” não passa de um plano para explorar o país e
empobrecer o povo, entregando cada cêntimo roubado a cada português à
banca e ao grande capital. Só em juros, este ano, o Governo prevê
entregar-lhes 8 mil milhões de euros.
Este é o tempo da luta
contra todas e cada uma das medidas que o Governo anuncia. Tem sido
assim por todo o país: os professores em defesa da escola pública, como
vimos esta segunda-feira; os trabalhadores dos CTT contra os
encerramentos de estações e a privatização; o sector dos transportes
pelo direito à mobilidade; estudantes, artistas, agricultores, população
– o protesto contra o Governo é ensurdecedor.
Este é o tempo de aderir à greve geral de 27 de Junho. Para pôr fim à vaga de terrorismo social, rejeitar o pacto das troikas, demitir o Governo, exigir eleições antecipadas.
Este
é o tempo de fazer de dia 27 um dia de protesto geral, fazendo greve,
participando nos piquetes à porta das empresas e locais de trabalho,
marcando presença nas dezenas de acções de rua que estão previstas para
todo o país.
É dia de mostrar que este povo tem a unidade e a
força suficientes para derrotar esta política e este Governo. Não é
possível vencer um povo inteiro, unido e determinado em defender uma
vida digna, um país soberano, um futuro.
Membro da Comissão Política do Comité Central do PCP
IN "PÚBLICO"
18/06/13
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