HOJE NO
"i"
UE.
Crise aumenta desigualdade
entre poder de compra e preços
PIB per capita em Portugal fica-se pelos 75% da média europeia mas alimentos custam 90% da média. Desde 2009 que a situação está pior
A
disparidade nos preços dos bens alimentares entre os 27 países da União
Europeia está a aumentar com a crise que se instalou na região, segundo
dados ontem publicados pelo Eurostat. Mas além da disparidade nos
preços, também o fosso na capacidade de adquirir este tipo de bens se
agravou ao nível europeu entre 2009 e 2012.
Os dados ontem
publicados pelo Eurostat, que partem de uma média 100 para a UE27,
mostram que os preços em Portugal equivalem a 90% da média da UE27, com a
diferença mais elevada encontrada na Dinamarca, com uma média de preços
nos bens alimentares 43 pontos acima da média da UE27. Já do lado
oposto encontramos a Polónia, com 61%.
De acordo com estes
valores, a disparidade do preço dos bens alimentares variava assim no
espaço europeu 82 pontos no final de 2012 - entre os valores da
Dinamarca e os polacos -, um valor que subiu desde 2009, altura em que
os mesmos países tinham igualmente os preços mais altos e mais baixos no
espaço comunitário, mas com uma diferença de apenas 75 pontos - 64 da
média da UE27 na Polónia contra os 139 de então na Dinamarca.
Além
dos preços dos bens alimentares, esta semana o Eurostat avançou ainda
com a diferença existente entre os vários países europeus no PIB per capita,
que, podendo ser interpretados como uma forma de medir o poder de
compra dos habitantes de cada país, mostram que a capacidade de aceder a
estes bens alimentares varia bastante mais que os próprios preços.
Um
exemplo: se na Alemanha os preços dos bens alimentares estão 6 pontos
percentuais acima da média europeia, segundo os dados de ontem do
Eurostat, já o poder de compra dos alemães está 21 pontos acima da média
europeia, pelo que, no fundo, a Alemanha apresenta uma vantagem de 15
pontos face à média europeia, considerando tanto os preços como o poder
de compra. Esta vantagem não é exclusiva da Alemanha, já que, cruzando
os dados entre preços dos bens alimentares e poder de compra, nota-se
que Luxemburgo (155 pontos), Áustria (11), Irlanda (11), Holanda (32),
Alemanha (15), Bélgica (9) e Reino Unido (6) apresentam uma relação
positiva entre poder de compra e custo dos bens alimentares. No lado
oposto, os do costume.
Se em Portugal os preços representam 90% da
média praticada na UE27, já os portugueses contam apenas com um poder
de compra equivalente a 75% dos europeus, uma desvantagem de 15 pontos
que tem aumentado com a crise - em 2009 era de apenas 12 pontos. Letónia
(25), Grécia (29), Chipre (18), Eslovénia (15), Roménia (18) ou
Bulgária (21) são outros dos países que entre preços e poder de compra
acabam por apresentar uma relação negativa idêntica à portuguesa ou
maior.
Por fim, é de salientar que neste último grupo de países,
com uma média de poder de compra inferior aos preços dos bens
alimentares, a situação piorou em todos desde 2009. Por outro lado, e
nos países já com vantagens nesta comparação, na maioria dos casos a
diferença entre poder de compra e preços dos alimentos melhorou.
* PORTUGAL
- PIB 75% da média europeia
- Os alimentos custam 90% da média europeia
ESTAMOS CONDENADOS A PASSAR FOME!
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