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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Restauração vai ter de gastar 250 milhões para gerir transporte de mercadorias
O sector da hotelaria e restauração vai ter de investir 250 milhões de euros para actualizar o seu 'software' e cumprir as novas regras de transporte de mercadorias, lamentou hoje o secretário-geral da associação do sector, José Manuel Esteves.
A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal
(AHRESP) foi uma das nove entidades que hoje se uniram numa plataforma
associativa, reivindicando a suspensão da legislação que entra em vigor
na próxima segunda-feira e tem um período de adaptação até 15 de
Outubro.
Para José Manuel Esteves, o sistema que vai entrar em funcionamento
dentro de 55 horas "não existe", criticando o Ministério das Finanças
pelo "desconhecimento da economia real".
O dirigente da AHRESP
estimou que seja necessário gastar, pelo menos, mais 250 milhões de
euros na actualização do sistema informático para cumprir as regras de
circulação de mercadorias, sublinhando que o sector foi "capturado" por
um sistema "inventado pelas empresas de 'software'" que obriga a
actualizações constantes.
"Fomos capturados por uma caixa global chamada SAFT, que, ao sabor do
legislador, o Ministério das Finanças, que não conhece como funciona a
economia real do país, nem está interessado (...), vai a partir de agora
[obrigar a] gastar centenas de milhões de euros, uma, duas, três vezes
por ano, para alimentar a compra desse software", criticou José Manuel
Esteves.
O sistema foi implementado em Janeiro para cumprir a legislação
relativa à facturação electrónica obrigando o sector da hotelaria e
restauração a "investir milhões" para passar das caixas registadoras ao
'software', adiantou o responsável da AHRESP.
Em Setembro, acrescentou, será necessário gastar mais 250 milhões de
euros "no mínimo", devido à entrada em funcionamento do novo regime de
IVA de caixa, que permite que as empresas só paguem este imposto ao
Estado depois de receberem as facturas correspondentes.
O novo regime de transporte de mercadorias obriga a comunicar
previamente às Finanças todos os movimentos com bens que até agora
circulavam com guia de remessa e que passam a ter de se movimentar com
um código emitido pela Autoridade Tributária (AT).
A legislação tem sido contestada por vários sectores de actividade,
como a hotelaria e a restauração, indústria, operadores logísticos e
grande distribuição, que temem dificuldades no abastecimento de bens aos
consumidores e alertam para os elevados custos de aplicação desta
medida.
A partir de segunda-feira, a GNR vai dispor em tempo real no seu
sistema informático dos dados comunicados às Finanças, mas até meados de
Outubro não vai aplicar multas aos incumpridores, que podem ir até
3.750 euros.
O novo regime aplica-se às empresas com um volume de negócios
superior a 100 mil euros e, segundo a AT, visa garantir o reforço da
eficácia no combate à fraude e à economia paralela.
A plataforma associativa que pretende a suspensão ou mesmo a
revogação desta lei considera, no entanto, que as novas regras são "um
grave obstáculo" para a eficiência logística e competitividade da
economia e que "não é exequível operar com um sistema que gera
constantemente atrasos e interrupções e que vai provocar falhas no
abastecimento".
* O ministério das finanças pratica pirataria, arrasa com o que resta da economia com a preocupação patológica de querer esmifrar empresários e empregados.
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