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HOJE NO
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Novas regras protegem o "comum dos cidadãos" do resgate à banca
"A diretiva que foi aprovada no plano comunitário aplica-se a partir de 2018", afirmou Carlos Costa
As regras comunitárias sobre o resgate aos bancos em dificuldades,
que vão entrar em vigor em 2018, protegem os interesses do "comum dos
cidadãos", assegurou hoje o governador do Banco de Portugal, Carlos
Costa.
"A diretiva que foi aprovada no plano comunitário aplica-se
a partir de 2018", afirmou, assinalando que se trata de "um processo
que visa resolver problemas, se uma entidade tiver problemas de
capital".
"Quando uma entidade tem problemas de capital, o
primeiro a ter que responder é o acionista, e a qualidade do acionista é
importantíssima para isso", adiantou.
"Há outros mecanismos para o
reforço de capital, e, na última das últimas hipóteses, está a hipótese
de alguns depositantes muito específicos, que não têm a ver com o comum
dos cidadãos, poderem ter que ser chamados. Mas estamos a falar de 2018
e da última das hipóteses, numa situação limite, que não merece de
forma nenhuma qualquer menção do ponto de vista do depositante
português", sublinhou Carlos Costa.
Questionado pelos jornalistas,
à margem de uma conferência na sede do Banco de Portugal, em Lisboa,
sobre se as novas regras podem agravar a desconfiança dos cidadãos face à
banca e conduzir a uma possível fuga de capital, o governador excluiu
essa possibilidade.
"Não, de maneira nenhuma. É preciso
tranquilizar que o que está em causa é pura e simplesmente uma questão
que diz respeito a 2018 e a um número muito limitado de depositantes - e
não o comum dos cidadãos -, que são altamente qualificados e que sabem
apreciar a solidez das instituições onde depositam. E estamos a falar de
largos montantes", respondeu.
A Comissão Europeia vai apresentar
nas duas próximas semanas a sua proposta para a criação do mecanismo
único de resolução dos bancos em dificuldades, anunciou hoje, em
Bruxelas, o presidente do executivo comunitário.
“A Comissão
Europeia vai apresentar a sua proposta para um mecanismo único de
resolução nas duas próximas semanas”, avançou José Manuel Durão Barroso,
na conferência de imprensa realizada no final do Conselho Europeu.
O
presidente do executivo comunitário afirmou que a criação deste
mecanismo “assegurará uma tomada de decisão europeia e efetiva sobre os
bancos em dificuldades, no âmbito do mecanismo único de supervisão
bancária”.
“Trata-se de assegurar que são os bancos que pagam pelos seus próprios erros e não os cidadãos”, acrescentou Durão Barroso.
Hoje,
os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) discutiram os
avanços no aprofundamento da União Económica e Monetária (UEM),
nomeadamente a criação da união bancária na zona euro.
O assunto
foi debatido depois de, na madrugada de quinta-feira, os ministros das
Finanças da UE (Ecofin) terem alcançado um acordo sobre as regras de
futuros resgates bancários, com as quais os 27 pretendem que sejam
bancos e credores – e não os contribuintes – a pagar a fatura em caso de
liquidação, conferindo uma proteção especial aos depósitos.
Os
depósitos inferiores a 100 mil euros serão excluídos permanentemente,
sendo que os de particulares, de microempresas e de pequenas e médias
empresas (PME) vão beneficiar de uma proteção mais elevada face aos de
outros credores e aos depósitos de grandes companhias.
A
presidência irlandesa da UE espera que as novas regras estejam
concluídas, o mais tardar, até ao início do próximo ano, prevendo-se que
possam entrar em vigor a partir de 2018.
* Até 2018 a corda bamba vai balançar muitas vezes e perigosamente.
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